sexta-feira, 29 de julho de 2011

PROGRAMA: DESENVOLVIMENTO

3. Desenvolvimento do programa
 3.1. Estrutura dos módulos Cada módulo abre com um conjunto de informações, designado como orientação geral, em que são clarificados:
 - o âmbito cronológico do módulo;
- as vertentes mais significativas a explorar, no tratamento dos conteúdos, e o grau de relevância atribuído aos mesmos, estabelecendo-se, por isso, aqueles que devem ser considerados de aprofundamento;
- o número de aulas aconselhado, especificando-se o número das que devem ser reservadas para os conteúdos de aprofundamento;
- as aprendizagens previstas no ensino básico, consideradas como suporte.
Da necessidade de recuperar aprendizagens do ensino básico decorre a exigência de que o professor conheça o programa da disciplina deste nível de ensino e o enunciado de competências que lhe está adstrito.
Após a indicação da orientação geral, apresentam-se, em cada módulo, quadros que estabelecem:
- a rubricação dos conteúdos, destacando os de aprofundamento;
- os conceitos/noções específicos, assinalando-se (com asterisco) aqueles que devem ser entendidos como estruturantes;
- um conjunto de sugestões metodológicas e de recursos, tendo em vista a organização das situações de aprendizagem.
Os conceitos específicos são indicados, em cada módulo, no primeiro momento em que o seu conhecimento se torna indispensável; alguns foram já objecto de abordagem no ensino básico e serão objecto de trabalho continuado, ao longo dos anos de aprendizagem que à disciplina respeitam.
Quanto aos conteúdos, são considerados de aprofundamento:
- os que se centram em aspectos definidores da temática essencial do módulo;
- os que se referem a especificidades do processo histórico português;
- os que se revestem de uma dimensão problematizadora.
Os restantes conteúdos respeitam:
- a enquadramentos gerais, destinados a identificarem os tempos e os espaços em que se processam as transformações que serão objecto de estudo;.17
- a articulações com outros momentos/fases da história europeia ou mundial;
- a áreas que foram já objecto de tratamento no ensino básico e que são convocadas neste nível como base dos aprofundamentos a efectuar.
Aos conteúdos de aprofundamento deverá corresponder um maior número de aulas e a opção por estratégias que suscitem um maior envolvimento dos alunos.
Relativamente às situações de aprendizagem, elas apontam em duas direcções:
- a indispensabilidade do recurso à análise de fontes, de quadros cronológicos, de mapas e à elaboração orientada de glossários;
- a possibilidade de organização de actividades diversificadas, nomeadamente em equipa, tendo em atenção, sobretudo, a existência de aulas de 90 m.
Em todas elas, mas sobretudo no caso destas últimas, apenas se trata de sugestões, com carácter meramente indicativo. Ou seja, nem se revestem de obrigatoriedade nem se destinam à realização exaustiva. E porque ao professor compete também um importante papel na construção do currículo, cada professor, nos contextos da escola e das turmas em que desenvolve o trabalho, decidirá quais as estratégias e os recursos mais adequados, desde que constituam conjuntos coerentes, organizados em actividades práticas.
O módulo fecha com a indicação das aprendizagens para as quais concorre o trabalho desenvolvido. Têm um carácter deliberadamente amplo, em consonância com as três vertentes dos objectivos da disciplina, as quais devem ser permanentemente mobilizadas. No conjunto das aprendizagens assinalam-se (com duplo asterisco)aquelas que, em conformidade com a orientação estabelecida devem ser entendidas como estruturantes.
Quanto aos conceitos operatórios e aos conceitos metodológicos de âmbito geral, em virtude da sua transversalidade, não foram inseridos nos módulos. Obviamente, não se destinam a ser objecto de teorização - são encarados como subjacentes ao desenvolvimento do conjunto dos conteúdos, razão pela qual se apresentam em quadro global, antecedendo a apresentação dos módulos. Na verdade, só no médio / longo prazo, no decurso do ciclo de estudos que o ensino secundário constitui, se espera que a apropriação destes conceitos se efectue. O seu enunciado é apresentado, sobretudo, no sentido de constituir um referencial permanente da acção do professor.
3.2.Conceitos operatórios e conceitos metodológicos
3. 3. Conteúdos/ Conceitos/ Aprendizagens específicas dos módulos
MÓDULO 0 – ESTUDAR/ APRENDER HISTÓRIA
Orientação Geral:
O módulo 0 reveste- se de um carácter propedêutico, devendo ser desenvolvido de acordo com a seguinte orientação:
- conhecer a situação dos alunos, a partir de uma avaliação diagnóstica, relativamente ao conhecimento histórico e às competências específicas com ele relacionadas * ;
- proceder à recuperação orientada dos grandes quadros cronológicos e espaciais globais proporcionados pelas aprendizagens previstas no Ensino Básico;
- sensibilizar para a importância do conhecimento histórico como suporte de inteligibilidade do mundo contemporâneo;
- valorizar os saberes dos alunos, visando a reorientação e o desenvolvimento de atitudes favoráveis à aprendizagem.
Deverão ser excluídas teorizações sobre metodologias da História e sobre o estatuto epistemológico do conhecimento histórico.
Tempo previsto: 6 aulas
De acordo com a orientação prevista para este módulo, o professor, como criador de currículo, deverá construir caminhos adequados aos contextos e às necessidades dos alunos. Assim, os tópicos enunciados não devem ser abordados de uma forma sequencial mas antes vistos e tratados como direcções de aprendizagem, no contexto de uma exploração integrada e organizada em função dos eixos maiores do tempo e do espaço.
A abordagem à noção de período histórico decorrerá, essencialmente, da análise da multiplicidade de documentos, acentuando- se, sobretudo, as mutações e o carácter contrastante das diferentes épocas.
A recolha e o tratamento da informação devem resultar de um trabalho guiado pelo professor, de selecção e consulta de documentos e recursos - em suportes variados e devidamente didactizados – de diversa natureza e índole (enciclopédias, atlas, colecções documentais, dados numéricos com suporte informático), escritos e iconográficos, áudio e audiovisuais. Documentos alusivos a aspectos materiais e do quotidiano; documentos relacionados com monumentos, com sítios classificados, com vestígios arqueológicos.
Sugere- se que se privilegiem documentos que constituam exemplos marcantes de cada uma e das diversas épocas, cotejados com outras informações, numa análise cruzada que evidencie articulações.
Importa que o professor, face à sobredensificação da informação, ensine o aluno a procurá- la, a sistematizá- la, a avaliar a sua pertinência.
A avaliação diagnóstica deverá também possibilitar a aferição de dificuldades linguísticas, nos domínios da oralidade e da escrita. Deverão, por isso, ser utilizadas técnicas de comunicação oral, e trabalhados e produzidos textos para cultivar e melhorar essas competências e incentivar a interactividade entre a oralidade e a expressão escrita.
Consideram- se como aprendizagens relevantes as que são contempladas na matriz de competências essenciais promovidas no Ensino Básico, destacando- se:
- compreender a noção de período histórico como resultado de uma reflexão sobre permanências e mutações nos modos de vida das sociedades, num dado espaço;
- organizar quadros cronológicos e espaciais da História de Portugal e da História Geral estabelecendo inter- relações;
- reconhecer a diversidade de documentos e a necessidade de uma leitura crítica;
- exercitar a prática de recolha de informação e a sua transformação em conhecimento;
- desenvolver a noção de relativismo cultural.
* COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS PROMOVIDAS NO ENSINO BÁSICO - de acordo com publicação do enunciado de Competências Essenciais em História
TRATAMENTO DE INFORMAÇÃO /UTILIZAÇÃO DE FONTES
•Participar na selecção de informação adequada aos temas em estudo; interpretar documentos com mensagens diversificadas; formular hipóteses de interpretação de factos históricos; realizar trabalhos simples de pesquisa, individualmente ou em grupo.
•Inferir conceitos históricos a partir da interpretação e análise cruzada de fontes com linguagens diversas (textos, imagens, mapas e plantas, tabelas cronológicas, gráficos e quadros).
•Utilizar meios informáticos no tratamento gráfico da informação (mapas e gráficos), no processamento de informação e comunicação de ideias, e da consulta, interpretação, organização e avaliação da informação.
COMUNICAÇÃO EM HISTÓRIA
•Utilizar diversas formas de comunicação escrita, nomeadamente, na produção de biografias, diários, narrativas, resumos, sínteses, relatórios, aplicando o vocabulário específico da História na descrição, relacionação e explicação dos diferentes aspectos da sociedade. O uso correcto da expressão escrita em língua portuguesa é fundamental nestas actividades.
•Utilizar correctamente a língua portuguesa na expressão oral e na emissão de opiniões fundamentadas, através da narração/ descrição e participação em pequenos debates, colóquios, mesas – redondas, painéis, apresentações orais de trabalhos.
•Analisar e produzir materiais iconográficos (plantas/ mapas, gráficos, tabelas, quadros, frisos cronológicos, organigramas, esquemas) enriquecendo a comunicação com a sua utilização.
•Utilizar os meios informáticos como suporte da comunicação.
COMPRENSÃO HISTÓRICA:
.TEMPORALIDADE
•Identificar e caracterizar as principais fases da evolução histórica e os grandes momentos de ruptura do processo evolutivo.
•Localizar no tempo eventos e processos, estabelecer relações entre passado e presente.
•Explicitar as dinâmicas temporais que impulsionam as sociedades humanas (permanências, transformações, desenvolvimentos, evoluções, crises, rupturas e revoluções).
.ESPACIALIDADE
•Localizar e situar no espaço, com recurso a formas diversas de representação espacial.
.CONTEXTUALIZAÇÃO
•Distinguir aspectos de ordem demográfica, económica, social, política e cultural e estabelecer relações entre eles.
•Interpretar o papel dos indivíduos e dos grupos na dinâmica social.
•Relacionar a história nacional com a história universal, abordando a especificidade do caso português.
Módulo 1 – RAÍZES MEDITERRÂNICAS DA CIVILIZAÇÃO EUROPEIA – CIDADE, CIDADANIA E IMPÉRIO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA
Orientação geral:
O módulo 1 centra- se na herança da Antiguidade Clássica, devendo ser desenvolvido de acordo com a seguinte orientação:
- contrastar o modelo político- cultural desenvolvido num espaço de grande dimensão – o Império Romano dos séculos I a IV - com o modelo ateniense no seu período de apogeu (séculos V a IV A. C.);
- centrar o estudo nos aspectos que se prendem com o exercício da cidadania e nos que remetem para cânones culturais revisitados ao longo dos tempos;
- proporcionar condições para a compreensão da importância do legado cultural da cidade antiga na construção da civilização europeia.
Tempo previsto: 20 aulas, sendo de aprofundamento o ponto 2, para o qual serão reservadas cerca de 12 aulas.
Conhecimentos do Ensino Básico considerados como suporte : O espaço mediterrâneo na antiguidade clássica; Os Gregos no sec. V a. C.; O Mundo Romano no
apogeu do Império; Origem e difusão do Cristianismo no Império Romano.
Na sequência da actividade desenvolvida, relevam- se as seguintes aprendizagens:
- identificar a polis ateniense como um centro politicamente autónomo onde se tornou possível desenvolver formas de participação democrática restritas à comunidade dos cidadãos;
- * * interpretar a extensão do direito de cidadania romana como um processo de integração da pluralidade de regiões sob a égide do Estado imperial;
-* * identificar na romanização da Península Ibérica os instrumentos de aculturação das populações submetidas ao domínio romano;
-* * distinguir formas de organização do espaço nas cidades do Império, tendo em conta as suas funções cívicas, políticas e culturais;
-* * sensibilizar- se para a importância do legado político cultural clássico como uma das matrizes da formação da civilização europeia ocidental;
- compreender as virtualidades do espaço mediterrânico como lugar de encontros e de sínteses;
- desenvolver a sensibilidade estética, através da identificação e da apreciação de manifestações artísticas do período clássico;
- valorizar processos de intervenção democrática na vida colectiva.
*Conceitos /** Aprendizagens estruturantes.
Módulo 2 – DINAMISMO CIVILIZACIONAL DA EUROPA OCIDENTAL NOS SÉCULOS XIII A XIV – ESPAÇOS, PODERES E VIVÊNCIAS
Orientação Geral:
O módulo 2 circunscreve- se ao século XIII e à primeira metade do século XIV, devendo ser desenvolvido de acordo com a seguinte orientação:
- salientar, em termos genéricos, os factores de unidade e de diversidade na Europa do século XIII;
- explicitar a articulação entre o mundo rural e o mundo urbano no contexto da afirmação da cidade na Europa feudal;
- evidenciar formas de sociabilidade, cultura e mentalidade que tiveram a sua origem ou afirmação na fase mais dinâmica e criativa da história medieval da
Europa ocidental.
- analisar a especificidade da sociedade portuguesa, no período de afirmação de Portugal como entidade política autónoma.
Tempo previsto: 32 aulas, sendo de aprofundamento o ponto 2 , para o qual serão reservadas cerca de 18 aulas.
Conhecimentos do Ensino Básico considerados como suporte : Formação de Portugal no contexto da Reconquista; Dinamismo do mundo rural nos séculos
XII e XIII ; Lisboa nos circuitos do comércio europeu; Do Românico ao Gótico.
Na sequência da actividade desenvolvida, relevam- se as seguintes aprendizagens:
- reconhecer na sociedade europeia medieval factores de coesão que se sobrepuseram às permanentes diversidades político- regionais, distinguindo a importância da Igreja nesse processo;
- reconhecer no surto demográfico do século XIII, na expansão agrária que o acompanhou e no paralelo desenvolvimento urbano, o desencadear de mecanismos favorecedores de intercâmbios de ordem local, regional e civilizacional ;
-* * reconhecer o senhorio como quadro organizador da vida económica e social no mundo rural tradicional, caracterizando as formas de dominação exercidas sobre as comunidades campesinas;
-* * compreender a especificidade da sociedade portuguesa concelhia, distinguindo a diversidade de estatutos dos seus membros e as modalidades de relacionamento com o poder régio e os poderes senhoriais;
- * * interpretar a afirmação do poder régio em Portugal como elemento estruturante da coesão do país concelhio e do país senhorial e promotor de missões de prestígio e de autonomia do Reino no contexto da cristandade ibérica;
- * * compreender as atitudes e os quadros mentais que enformam a sociedade da época, distinguindo cultura popular de cultura erudita;
- desenvolver a sensibilidade estética através da identificação e apreciação de obras artísticas do período medieval;
- valorizar formas de organização colectiva da vida em sociedade.
* Conceitos/** Aprendizagens estruturantes.
Módulo 3 – A ABERTURA EUROPEIA AO MUNDO – MUTAÇÕES NOS CONHECIMENTOS, SENSIBILIDADES E VALORES NOS SÉCULOS XV E XVI
Orientação Geral
O módulo 3, circunscreve - se aos séculos XV e XVI, devendo ser desenvolvido de acordo com a seguinte orientação :
- proporcionar uma visão integrada da mentalidade e das expressões simbólicas nos séculos de formação da modernidade europeia;
- destacar o papel fundamental de Portugal nesse período histórico, especificando as mudanças de gosto e de mentalidade;
- promover a reflexão sobre o encontro de civilizações e o impacto dos primeiros contactos dos europeus com comunidades humanas até então desconhecidas.
Tempo previsto: 32 aulas, sendo de aprofundamento os pontos 2 . , 3.3. e 4 , para os quais serão reservadas cerca de 16 aulas.
Aprendizagens do Ensino Básico consideradas como suporte: Expansão e mudança nos séculos XV e XVI.
Na sequência da actividade desenvolvida, relevam- se as seguintes aprendizagens:
- ** reconhecer o papel de vanguarda dos portugueses na abertura europeia ao mundo e a sua contribuição para a síntese renascentista;
- identificar a emergência e a progressiva consolidação de uma mentalidade quantitativa e experimental que prepara o advento da ciência moderna e proporciona ao homem um maior domínio e conhecimento do mundo;
- reconhecer o prestígio da coroa portuguesa na Época Moderna e a função valorizante da produção artística e literária nacional;
- ** identificar no urbanismo, na arquitectura e na pintura a expressão de uma nova concepção do espaço, de carácter antropocêntrico;
-* * interpretar as reformas – protestante e católica – como um movimento de humanização e individualização das crenças e de rejuvenescimento do cristianismo, não obstante a violência das manifestações de antagonismo religioso durante a época moderna;
- reconhecer o cristianismo como matriz de identidade dos europeus e referente na apreciação qualitativa das outras culturas/ civilizações;
- ** compreender a modernidade como um fenómeno global que se manifesta nas ideias e nos comportamentos e encontra nos centros urbanos mais dinâmicos da Europa um espaço privilegiado de criação e de irradiação;
- valorizar os contactos multicivilizacionais, distinguindo o relativismo cultural daí decorrente;
- identificar na produção cultural renascentista as heranças da Antiguidade Clássica e as continuidades com o período medieval;
- desenvolver a sensibilidade estética através da identificação e apreciação de obras artísticas e literárias do período renascentista .
* Conceitos / ** Aprendizagens estruturantes.

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