quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

INDULGÊNCIAS

"Havendo Jesus Cristo concedido à Igreja o poder de conceder indulgência (...); ensina e ordena o sacrossanto Concílio que o uso das indulgências (...) deve conservar-se pela Igreja (...) Não obstante, deseja que se proceda com moderação na sua concessão (...) a fim de que, pela facilidade de concedê-las, não decaia a disciplina eclesiástica. E ansiando para que se emendem e corrijam os abusos que se introduziram nelas, motivo que leva os hereges a blasfemarem contra elas, estabelece (...) que se exterminem de forma absoluta todos os lucros ilícitos que se cobram dos fiéis para que as consigam; pois disto se originaram muitos abusos no povo cristão."

(Adhemar Marques et al. "História Moderna através de textos". São Paulo: Contexto, 1997. p.121)
"Embora a origem da Reforma de Lutero se deva a uma experiência pessoal, ela refletiu, na verdade, o estado de espírito comum a muitos seguidores da Igreja Romana. De fato, a iniciativa da livre interpretação da Bíblia deve ser compreendida como mais uma das muitas manifestações típicas do individualismo do homem renascentista."

(Carmem Peris, Glória Vergés e Oriol Vérges, EL RENACIMIENTO. Barcelona: Parramón Ediciones, s/d, p.32)

HUGUENOTES

Durante o reinado de Carlos IX (1560-1574), acirrou-se a luta entre católicos e huguenotes (na França os protestantes calvinistas). A facção católica, liderada pela família Guise, que tinha o apoio de Catarina de Médicis, mãe do rei, e a huguenote, dirigida pelos Bourbons, colocaram em confronto a nobreza católica defensora dos antigos privilégios feudais e a burguesia mercantil calvinista.

 (Cláudio Vicentino)

JOANA D´ARC

"Quando Joana D’Arc chegou, a 29 de abril de 1429, os habitantes da cidade estavam prestes a capitular, pois os ingleses tinham-se apoderado das fortalezas e dos castelos que rodeavam Orléans. A 4 de maio, Joana, com os seus soldados, tomou primeiro o castelo (...) Na manhã de 8 de maio, a Donzela verificou que os ingleses haviam abandonado os outros castelos. Orléans estava libertada e os seus habitantes aclamaram em delírio Joana D’Arc, que se sentia feliz por ter cumprido a promessa feita ao seu rei."

 (Gabalda e Beaulieu)

CRISE SÉCULO XIV: REVOLTAS CAMPONESAS

"Neste tempo revoltaram-se os camponeses em Beauvoisin. Entre eles estava um homem muito sabedor e bem-falante, de bela figura e forma chamado Guilherme Carlos. Os camponeses fizeram-no seu chefe e estes lhes dizia que se mantivessem unidos. E quando os camponeses se viram em grande número, perseguiram e mataram os homens nobres. Inclusive muitas mulheres e crianças nobres, pelo que Guilherme Carlos lhes disse muitas vezes que se excediam demasiadamente; mas nem por isso deixaram de o fazer."

(Texto adaptado de Crônica dos quatros primeiros Valois (1327-1392)

 in ANTOLOGIA DE TEXTOS HISTÓRICOS MEDIEVAIS.)

PESTE NEGRA

"Em 1348 a peste negra invadiu a França e, dali para a frente, nada mais seria como antes. Uma terrível mortalidade atingiu o reino. A escassez de mão-de-obra desorganizou as relações sociais e de trabalho. Os trabalhadores que restaram aumentaram suas exigências. Um rogo foi dirigido a Deus, e também aos homens incumbidos de preservar Sua ordem na Terra. Mas foi preciso entender que nem a Igreja nem o rei podiam fazer coisa alguma. Não era isso uma prova de que nada valiam? De que o pecado dos governantes recaía sobre a população? Quando o historiador começa a encontrar tantas maldições contra os príncipes, novas formas de devoção e tantos feiticeiros sendo perseguidos, é porque de repente começou a se estender o império da dúvida e do desvio."

(Adaptado de Georges Duby, "A Idade Média na França (987-1460): de Hugo Capeto a Joana D arc". Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992, p. 256-258.)

PODER PAPAL: PODER TEMPORAL E ESPIRITUAL

I. Só a Igreja romana foi fundada por Deus.
II. Só o pontífice romano, portanto, tem o direito de ser chamado universal.
III. Só ele pode nomear e depor bispos. [...]
VIII. Só ele pode usar a insígnia imperial.
 IX. O papa é o único homem a quem todos os príncipes beijam os pés.
XII. É-lhe lícito destituir os imperadores.

 GREGÓRIO VII, Dictatus papae.

Apud SOUZA, José Antonio C. R. de; BARBOSA, João Morais. "O reino de Deus e o reino dos homens". Porto Alegre: Edipucrs, 1997. p. 47-48