Vista lateral do Coliseu - detalhe em maquete da antiga Roma Coliseu com 524m de circunferência e até 90 mil pessoas |
Mundialmente conhecido, o Coliseu, construído por ordem do imperador Vespasiano e concluído no ano 80 d.C., durante o governo de seu filho Tito, é um dos mais grandiosos monumentos da Roma Antiga.
A parede externa do anfiteatro preserva os quatro pavimentos da estrutura de concreto armado; nas três arquibancadas inferiores estão as fileiras de arcos, e na quarta, pequenas janelas retangulares.
Construído em 72 d.C., sobre o lago da casa de Nero, a Domus Aurea, ficou conhecido como Colosseo porque ali foi achada a estátua gigante (colosso) do imperador que incendiou Roma. Para a inauguração, apenas oito anos depois do início das obras, em 80 d.C., as festas e jogos duraram cem dias, durante os quais morreram 9 mil animais e 2 mil gladiadores.
As atividades do Coliseu foram encerradas em 523 d.C., mas o espaço permanece carregado de uma clima misterioso.
Depois de 1.500 anos o Coliseu voltou a viver. Por um breve período - de 19 de julho a 6 de agosto - o monumento que se tornou símbolo do império romano e da cidade eterna, foi palco de espetáculos.
Eventos que nada têm a ver com os cruéis e violentos jogos da época do império para os quais o anfiteatro Flávio, verdadeiro nome do Coliseu, foi construído.
Sobre os escombros do maior anfiteatro do mundo antigo foi construído um novo palco para encenar peças de Sófocles. Édipo Rei, Antígone e Édipo em Colono foram montadas por companhias da Grécia, do Irã e de Israel, respectivamente em língua original com livreto em italiano.
O palco, feito de pranchas de madeira resistente e indeformável, como era originalmente, medindo 400 metros quadrados - menos de um quarto da superfície total - foi construído sobre parte do que resta dos subterrâneos para que houvesse a possibilidade de se ter ao menos em parte uma idéia de como era o local.
A reconstrução foi feita na parte leste, do lado oposto da bilheteria, zona que pode resistir melhor ao impacto. Para maior segurança, a base é reforçada, aproveitando as paredes da época romana antiga e integrando os espaços vazios com argamassa.
Por esse lado entrava o desfile que abria os jogos, inventados para distrair os romanos das dificuldades e para os imperadores ganharem o apoio da massa. Eram cavalos, tigres, leões, girafas, gladiadores, caçadores e músicos que paravam diante do camarote do imperador que dava início à "festa".
O Coliseu tinha capacidade para 60 mil espectadores. Agora foi permitida, no máximo, a entrada de 700 pessoas para cada espetáculo, isso para proteger o monumento que está sendo submetido a uma longa e lenta restauração para reforçar a sua estrutura.
A imagem que se tem agora, entrando no imponente anfiteatro de 56 metros de altura, no entanto, não dá uma idéia clara de como era o local. O que resta da fachada externa equivale a cerca de dois quintos do monumento que é sustentado nas extremidades por duas muralhas construídas em 1800.
É preciso usar a imaginação para conseguir visualizar a arena, as arquibancadas e o subterrâneo cheio de corredores, porões e uma rede de canais que podiam transformar a parte central numa área para batalhas. Lá ficavam os animais, as armas e os instrumentos usados durante os espetáculos.
Um meio adotado para eliminar a associação do local com morte é a campanha das Nações Unidas contra a pena capital. Durante este ano, toda vez que, em qualquer parte do mundo, um condenado à morte for poupado, as luzes do Coliseu ficarão acesas por 48 horas.
COLISEU DE ROMA
A profecia do monge inglês Venerável Beda dá a medida do significado que teve para Roma o anfiteatro Flávio, ou Coliseu (Colosseo em italiano), nome que alude a suas proporções grandiosas.
O Coliseu ergue-se no lugar antes ocupado pela Domus Aurea, residência do imperador Nero.
Sua construção foi iniciada por Vespasianus por volta do ano 70 da era cristã.
Titus inaugurou-o em 80 e a obra foi concluída poucos anos depois, na época de Domitianus.
A grandiosidade desse monumento testemunha o poderio e o esplendor de Roma na época dos Flávios, família a que pertenciam esses imperadores.
O edifício inicial, de três andares, comportava mais de cinqüenta mil espectadores.
Dois séculos depois, sua capacidade foi ampliada para quase noventa mil, quando os imperadores Severus Alexander e Gordianus III acrescentaram um quarto pavimento.
O Coliseu foi construído em mármore, pedra travertina, ladrilho e tufo (pedra calcária com grandes poros).
Sua planta é elíptica e os eixos medem aproximadamente 190 por 155m.
A fachada se compõe de arcadas decoradas com colunas dóricas, jônicas e coríntias, de acordo com o pavimento.
Os assentos são de mármore e a cavea, escadaria ou arquibancada, dividia-se em três partes, correspondentes às diferentes classes sociais: o podium, para as classes altas; as maeniana, setor destinado à classe média; e os portici ou pórticos, para a plebe e as mulheres.
A tribuna imperial ou pulvinar ficava no podium e era ladeada pelos assentos reservados aos senadores e magistrados.
Por cima dos muros ainda se podem ver as mísulas que sustentavam o velarium, grande cobertura de lona destinada a proteger do sol os espectadores.
A arena do Coliseu foi cenário de espetáculos cruéis, como lutas de gladiadores ou de feras.
Nos subterrâneos ficavam as jaulas dos animais, bem como todas as celas e galerias necessárias aos serviços do anfiteatro.
O edifício permaneceu como sede principal dos espetáculos romanos até o tempo do imperador Honorius, no século V.
Danificado por um terremoto no começo desse século, foi restaurado na época de Valentinianus III.
Em meados do século XIII, a família Frangipani transformou-o em fortaleza.
Nos séculos XV e XVI foi diversas vezes saqueado e perdeu grande parte dos materiais nobres de que tinha sido construído.
Acredita-se que o Coliseu tenha sido cenário dos primeiros martírios de cristãos e, por isso, no século XVII, o papa Bento XIV consagrou-o à Paixão de Cristo e declarou-o lugar sagrado.
Os trabalhos de consolidação e restauração parcial do monumento em ruínas foram feitos sobretudo pelos pontífices Gregório XVI e Pio IX, no século XIX.
O grupo formado pelo Coliseu e pelo vizinho arco de Constantinus I, ao lado das ruínas do forum imperial, é um dos conjuntos arquitetônicos mais evocativos da antiga Roma.
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