terça-feira, 27 de setembro de 2011

CONCEITOS: MÓDULO 0: ESTUDAR/APRENDER HISTÓRIA

CIÊNCIAS SOCIAIS: Conjunto de ciências como a História, a Sociologia, a Antropologia, o Direito, a Economia e outras, cujo objecto de estudo são os diferentes aspectos das sociedades humanas.
CRONOLOGIA: Ciência que trata da fixação das datas de ocorrência de factos históricos, das divisões do tempo, da ordem e da sucessão dos acontecimentos. A cronologia assenta em convenções e regras próprias.
PERIODIZAÇÃO: Na História Tradicional, refere-se à divisão do tempo histórico em períodos mais ou menos longos, transcorridos entre duas datas ou factos marcantes. Na História Nova as periodizações são feitas a partir de critérios como: as formas de vida, as tecnologias, as mentalidades, a organização política, economia, social…
NOVA HISTÓRIA ou História Nova: Concepção da História, surgida a partir da revista Annales (1929), que é a primeira tentativa de História total, através de valorização de novos objectos, como as mentalidades, os marginais, a família, a morte, o presente…
A História Nova assenta no novo conceito de documento (tudo o que diz respeito aos seres humanos), no alargamento dos âmbitos cronológico e geográfico, no recurso a novas metodologias e à interdisciplinaridade.
DIACRONIA: Eixo coordenador do tempo que se refere ao desenvolvimento ou sucessão de acontecimentos.
SINCRONIA: Eixo coordenador do tempo que se refere às simultaneidades de factos ou fenómenos históricos.
FONTES HISTÓRICAS: Vestígios do passado que testemunham a presença, as actividades, as ideias e as crenças dos seres humanos de outras épocas, possibilitando aos historiadores construir o conhecimento sobre a Humanidade nessas épocas.
PATRIMÓNIO: Conjunto de bens materiais e culturais transmitidos pelos antepassados. O Património deve ser preservado e valorizado pelo Estado e pelos cidadãos, pois constitui uma herança colectiva.
EFEITO: Resultado ou consequência de um facto ou acontecimento.
ACULTURAÇÃO: Interpenetração de culturas, que resulta do contacto directo e contínuo entre pessoas de grupos diferentes.
MISCIGENAÇÃO ÉTNICA: Cruzamento de indivíduos de raças diferentes.

domingo, 25 de setembro de 2011

ESTRUTURA EM HISTÓRIA

Acontecimento- Conjuntura- Estrutura
O termo estrutura possui, além de um valor arquitetónico, construtivo, de composição de partes num todo, também uma dimensão mental, de ordem de ideias, além de significar um todo de fenómenos observáveis com coerência entre si. Ou seja, é um conjunto de relações dinâmicas entre as partes formando um todo, que pode ser de semelhanças e identidades como também de diferença, de oposições. 
A estrutura pode ser tida pois como um sistema.
 Nas Ciências Históricas, a estrutura representa assim um complexo temporal e espacial definido por vários séculos ou por durações cronológicas extensas, composta de conjunturas variáveis, com pontos de contacto entre si que fazem com que a estrutura seja um todo, mesmo que formado por contrastes ou continuidades.
 A estrutura pode ser ainda uma dimensão de análise do tempo histórico quando perspetivada na longa duração, por oposição ao historicismo descritivo e factual, típico do Positivismo e da história factual anterior à Nova História. 
Graças à importação do conceito de estrutura para o conhecimento histórico, pôde-se projetar no tempo histórico da Humanidade várias estruturas espácio-temporais, como, por exemplo, a época dos Descobrimentos e Expansão Portuguesa, a Baixa Idade Média ou o terrível século XIV, um período longo marcado por uma sucessão uniforme e cadenciada de fomes, pestes e guerras, que fazem com que essa centúria seja, em diversos países, um período estruturalmente considerado de recessão demográfica, pobreza, conflitualidade, enfim, época de flagelos e crises.
Designando uma realidade permanente no tempo longo, foi criada pelo historiador francês Fernand Braudel e deriva do estruturalismo, sendo igualmente aplicada e preconizada pelo antropólogo Claude Lévi-Strauss.
 A estrutura pressupõe um modelo abstrato no qual se interligam os diversos elementos que o compõem. O dito modelo, que resulta da análise da realidade percecionada, contém leis que gerem a relação entre os diferentes elementos. 
Estas leis, que são, por conseguinte, estruturais, ditam a transformação dos elementos. Aplicando o conceito à realidade, Lévi-Strauss considerou a existência de dois tipos de estrutura: a dos mitos, aplicada à parte Norte e à Sul do continente americano, e a das relações de parentesco, podendo estas ser tanto elementares como complexas. 
O autor de Les structures élémentaires de la parenté (1949) sublinha nesta obra como se torna vaga a dualidade da cultura e da natureza quando aplicada ao parentesco, apesar de ser basilar, por constituir uma instituição cultural. 
Salienta ainda o facto de a sociedade humana se demarcar da animal pela sistemática e total condenação do incesto.
Por outro lado, pode considerar-se a estrutura das relações sociais, ditada por teóricos funcionalistas como M. Fortes, É. Durkheim e A. R. Radcliffe-Brown. 
Denominada, portanto, esta teoria de estruturo-funcionalista, consta das conexões que se estabelecem entre os elementos e organismos que formam cada sociedade, sejam estes individuais, religiosos, políticos, económicos, de parentesco e outros. Radcliffe-Brown elaborou entre os anos 20 e 50 do século XX uma série de artigos relativos à estrutura e à função na sociedade primitiva, onde discorre sobre o direito das sociedades não industriais, o totemismo, as religiões e os sistemas de parentesco, que analisou segundo a ótica acima referida. No que se relaciona com a estrutura, este autor introduziu um conceito de simultaneidade sincrónica e diacrónica, particularmente na genealogia do indivíduo, que funciona como elo geracional e de parentesco. Em relação à função ou funcionalismo, salienta Radcliffe-Brown que a "holística" (termo que deriva da língua grega e designa uma visão de conjunto ou de todo do Homem) da sociedade humana é condicionada pela história da mesma sociedade.
 Delineados alguns aspetos estudados por dois dos mais relevantes teóricos do século XX, resta sublinhar o carácter quase inalterável da estrutura, que se insere, portanto, no tempo longo da História e engloba desde fenómenos mentais, psicológicos, sociais e económicos a ecológicos, técnicos, geográficos, políticos e culturais.

O ESPAÇO EM HISTÓRIA

A História é uma ciência do Homem e para o Homem, tratando o seu percurso e realizações desde a Pré-História até ao dia de ontem. Estuda o Homem no tempo, portanto, mas também no espaço, que é assim o espaço histórico. Este pode-se definir como a porção do planeta onde se desenvolvem as atividades do homem no seu quotidiano. Inserido no conjunto das suas atividades ao longo de um período de tempo maior ou menor, ganha a dimensão histórica, não apenas de forma isolada mas também em relação com outras áreas. Portugal é um espaço histórico, porque definido por um povo que ao longo da história se definiu enquanto tal e que concebeu o conjunto dos territórios onde habitam as suas comunidades de uma forma relacionada e uniforme, onde o tempo histórico se desenvolve de forma homogénea e de acordo com os padrões de civilização e desenvolvimento que o mesmo povo consolidou nesse espaço.
Estreitamente ligado ao conceito de espaço histórico encontram-se os componentes políticos que caracterizaram e caracterizam ainda as diferentes sociedades. Remonta este conceito organizacional de opostos, traduzido nas expressões comummente utilizadas de esquerda (conotada com a liberdade enraizada naquilo que era mais profundo e intrínseco ao Homem) e direita (de cariz mais racionalista e tendente à autocracia ou centralização), presumivelmente à Revolução Francesa, uma vez que tal era a disposição dos grupos na Assembleia. Por outro lado, deparamos com o denominado espaço vital, que deriva do germânico lebensraum e designa uma noção espacial (geográfica e ambiental) flexível e estreitamente interligada à cultura de um país e/ou povo. Esta noção necessita de um âmbito, que não abrange somente a terra de cada país mas também o espaço aquático, quando tal se justifica. Assim se enquadram as expansões, conquistas e aculturações que se verificaram ao longo da História da Humanidade, sendo que vários povos consideraram as fronteiras que possuíam ou lhes eram impostas demasiado limitativas, além de muitas vezes se verem obrigados a aumentar o seu território devido ao aumento demográfico.
Preconizador do conceito espacial no seio da História, Fernand Braudel defendia que a História se define não só pela relação entre diversos espaços como pelas características dos mesmos, que variam consoante os homens que os estruturam e neles vivem. Conceito, portanto, orgânico, verificamos que se opõe, de certa forma e na maioria do mundo habitado do século XXI, à ideia de longa duração ou tempo longo. As necessidades que se sucedem a um ritmo vertiginoso provocam outras tantas alterações espaciais, frequentemente avassaladoras e sem nexo nem lógica. Contudo, aplica-se a noção de espaço a todas as épocas de vivência humana, em que os acontecimentos nem sempre se sucederam com o ritmo que hoje se verifica. Braudel defende, por conseguinte, um pacto que engendre uma solução combinada entre o passado e o futuro.

CRONOLOGIA

Palavra que designa a forma ou método de organizar o tempo, é um ramo do conhecimento histórico que se ocupa de localizar os acontecimentos no seu momento e ordem devidos e de os fincar numa escala. Tendo em conta que atravessa toda a História e abrange as mais diversas regiões, ciências e civilizações, é obrigatória a adaptação do método quantitativo. Assim, encontram-se medidas de dias e anos nos calendários e milhares de milhões de anos na astronomia, geocronologia e paleontologia, por exemplo. Ao ser uma ciência bastante dependente de outras, como a história, a arqueologia e a astronomia, é constantemente obrigada a rever os cálculos e verificar as mais antigas medidas temporais quando são trazidos à luz elementos novos e desconhecidos. As formas de elaboração de cronologias foram tão díspares como as civilizações que a elas se dedicaram, sendo as mais relevantes a indiana (que contava os anos tanto a partir de um acontecimento histórico marcante como a partir da posição de um corpo celeste), assíria e babilónica (cujas obras mais contributivas são o Cânon de Ptolomeu, texto regressivo até 747 a. C., e as listas anuais babilónicas), a chinesa (com um sistema inicial de referência aos acontecimentos através dos reinados, que evoluiu para o denominado sistema nien-hao, em que cada reinado inaugurava um novo calendário), a japonesa (com as crónicas Koji-ki - "Assento dos assuntos antigos" e Nihon shoki - "Crónica do Japão", assim como o método kang-shi ? períodos de 60 anos, o Nengō - por reinado - e o Jōkyō - que surgiu no século XVII), a muçulmana (a era da Hégira - ár. Hijrah - ou mudança, em 632, de Maomé de Meca para Medina, instituída no século VII) e a cristã (que inicialmente seguia processos variados, como o período de 532 anos introduzido no século V pelo papa Hilário, abraçando no século VI o método inventado pelo monge Dionísio "o Exíguo", que tem início na data de nascimento de Jesus Cristo e sendo os períodos anteriores referenciados como a. C. - antes de Cristo - e os posteriores como d. C. - depois de Cristo (em inglês, respetivamente, BC e AD - Anno Domini).

CONJUNTURA

Conceito que se integra no tempo cíclico ou tempo de média duração, entre o evento (que no tempo histórico se situa no tempo curto e corresponde ao acontecimento excecional, que pode ser independente dos demais e por estas características denota a mudança) e a estrutura (inserida no tempo de longa duração e tem carácter relativamente permanente). Neste nível do tempo histórico inserem-se as flutuações, que podem ser cíclicas e de extensão e amplitude variáveis. Podem estas conjunturas ser de diversas naturezas, desde a cultural e a social à política e à económica.

CIÊNCIAS AUXILIARES DA HISTÓRIA

Entendem-se por ciências auxiliares da História aquelas que, de formas variadas, contribuem para a evolução da mesma através do estudo e/ou análise de uma das suas partes constituintes, podendo ser fontes consideradas oficiais ou subjetivas (quando transmitidas por terceiros). Encontramos a radioatividade, a termoemanescência e a termoluminescência, no que se refere aos componentes geográficos, e no âmbito da físico-química a dendrocronologia (datação da madeira pelos anéis de crescimento) e a palinologia (arqueologia botânica), por exemplo. Por outro lado, e de uma forma mais direta, existem a linguística (essencial para todas as outras ciências, uma vez que envolve a interpretação da fonte de informação), a filologia, a heurística (procura das fontes históricas), a literatura, a paleografia (estudo da escrita), a diplomática (estudo de documentos oficiais), a genealogia, a heráldica, a bibliografia, a crítica textual (método nascido no século XIX que tenta restaurar a autenticidade dos textos), a cronologia (adaptada às diferentes ciências, civilizações e zonas geográficas), a antropologia, a fotografia, a arquitetura, a sigilografia (estudo de selos), a numismática (estudo das moedas), a epigrafia (escrita sobre pedra) e a arqueologia, não excluindo a análise de espetros por meio de laser e a holografia, sendo estas duas técnicas essencialmente vocacionadas para a reconstrução dos materiais e formas.
Particularizando e ilustrando o contributo de algumas destas ciências, observamos que a paleografia, termo que designa o estudo da escrita clássica (ou antiga) e medieval, se centra essencialmente em suportes como o velino, o pergaminho, o papiro, o papel, a madeira, o barro, o metal e a tela. Dados como o dito suporte, que variou e evoluiu ao longo dos tempos (o papel apareceu na Europa apenas no século XV, importado da China, por exemplo), a datação da escrita, que esteve sujeita aos fatores que acabámos de mencionar e as abreviaturas são elementos que permitem determinar a origem e a data de fatura.
A sigilografia estuda os selos, que se revestiram de grande importância ao terem funcionado como assinaturas e certificados de autenticidade de documentos legais, bem como elemento físico que garantia o sigilo do conteúdo, uma vez que era evidente a sua quebra. Deve-se considerar neste âmbito a matriz onde está relevado o motivo e a superfície mole (cera e resina com pigmentos) que recebe este mesmo motivo, tendo ambas variado ao longo da História nos materiais (na Idade Média europeia era costume usar prata ou uma liga metálica similar ao bronze, assim como ouro, marfim e chumbo, enquanto que na centúria de seiscentos se popularizou o aço), forma (redonda, amendoada ou em losângulo, na época medieval) e motivos. Estes últimos são de extrema utilidade, pois fornecem informação de como seriam determinados edifícios, cidades, qual a divisa e a heráldica usada e por quem, se o proprietário pertencia à Igreja ou não e o gosto da época, entre muitos outros elementos.
No século XX a bibliografia ou descrição de livros revestiu-se de uma importância bastante grande, uma vez que, sendo uma ciência sistematizadora, permitia a organização da informação - que entretanto se tornara avassaladora, devido à grande e heterogénea massa de publicações - para que fosse levada a cabo uma consulta rápida, objetiva e eficaz. Dentro desta ciência podem-se identificar a bibliografia descritiva (centrada na identificação e descrição do livros e do seu assunto) e a bibliografia crítica (que se dedica à análise aprofundada do livro no contexto histórico-literário).
A filologia histórica, colocada em prática pelo humanista italiano Della Valla (XV), preconizava o estudo dos textos antigos usando apenas fontes contemporâneas dos escritos e limpando interpretações menos corretas que foram sendo feitas e alteraram a intenção do autor, algumas das quais subsistiram até ao tempo presente.
A genealogia, que estuda a história das famílias, possui uma óbvia importância ao descobrir retrospetivamente o trilho geracional dos seres humanos, uma vez que a ancestralidade sempre pressupôs uma mais valia que ditava a posição de cada homem no seu meio social. Lembremos que o povo romano "fabricava" antepassados gregos, civilização venerada e considerada perfeita em quase todos os sentidos, e que a dinastia merovíngia é ainda - principalmente para os Franceses - um tema inesgotável por assentar na presumível ascendência de Maria Madalena e Jesus Cristo.
A arqueologia, que estuda os vestígios físicos do passado do Homem e feitos por ele, tem a incumbência de os descrever e classificar, situando-os no tempo.
Não devem ainda ser esquecidos o folclore, a toponímia e as tradições de costumes, orais e musicais, que, apesar de não incluídas nos limites das ciências, são um contributo de relevo para o estudo da História.

ACULTURAÇÃO

Termo que designa o processo de contacto entre culturas diferentes e as suas consequências. Refere-se tanto à interação direta entre culturas como à exposição de uma cultura a outra através dos mass media ou de outras formas de comunicação. A aculturação supõe a assimilação de um grupo de uma cultura por uma outra cultura, resultando na alteração dessa cultura e em modificações na identidade do grupo. Num processo de aculturação existe a possibilidade de verificação de tensões entre as culturas em presença.
É frequente exemplificar o processo de aculturação com a situação que se verificou com a conquista e colonização de várias regiões do globo pelos países da Europa. Mesmo nestes casos de dominação expressa, não só as nações desenvolvidas "impuseram" a sua cultura aos povos menos desenvolvidos como os países colonizadores também acabaram por adotar traços das culturas das regiões colonizadas.

TEMPO HISTÓRICO

O tempo histórico (também chamado a "ciência dos homens no tempo") compreende uma série de níveis e noções que contribuem para a sua formação. São eles a estrutura (que é permanente e inalterável, situando-se no tempo longo e aplicando-se a âmbitos como o cultural, geográfico, social, económico, político, ecológico e psicológico, entre outros), a conjuntura (por natureza cíclica, que se integra no tempo de média duração entre a estrutura e o evento, e consta de oscilações de maior ou menor dimensão em áreas como a cultural, a económica, a social e a política) e o evento (nível que se localiza no tempo curto e corresponde a uma ocorrência singular, excecional e passageira que parece independente de outras ocorrências e indica mudança). Fernand Braudel historiador francês que viveu entre os anos de 1902 e 1985, desenvolveu uma série de noções temporais que se tornaram basilares no estudo da História, como foi o caso do chamado tempo curto - que compreende os acontecimentos de breve duração como as ocorrências casuais, a história de eventos, da vida quotidiana e individual - do tempo cíclico, de rápida cadência e localização intermédia entre o tempo curto e o longo, que abrange as correntes e retrocessos no âmbito material e os ciclos económicos (entre outros) na história conjuntural - e do tempo longo ou longa duração. Este último conceito abarca a história estrutural, que contém componentes caracterizadas pela sua estabilidade e longevidade e que por estas mesmas razões não são de perceção direta e imediata, ou seja, podem passar desapercebidos na fase de perceção, necessitando da ajuda de fontes de cariz diverso. O tempo, por natureza contínuo, compreende uma série infinita de mudanças, que funcionam como renovação e quebra desta mesma continuidade. A interação entre estes dois fatores forma a estrutura daquilo a que se chama tempo histórico.

PERIODIZAÇÃO EM HISTÓRIA


No conceito de tempo histórico, período é a dimensão temporal decorrida entre dois factos ou mesmo duas épocas, de maior ou menor dimensão cronológica. Esta noção abrange, no conceito mais lato de periodização histórica, as divisões da História, podendo traduzir-se por "época". O período será assim o tempo histórico considerado entre acontecimentos (ou factos) fundamentais e convencionalmente definidos para balizar o seu princípio e fim. Existem períodos longos e períodos curtos, os quais se encaixam no âmbito de ocorrência dos de maior dimensão, por conseguinte. Os critérios de periodização da história são diversos e resultantes de vários fatores ou circunstâncias históricas, consoante a análise e perspetivação dos contextos espácio-temporais que os enquadram. Por período poder-se-á assim entender também época histórica:
- Pré-história (da origem do homem à invenção da escrita), englobando períodos menores como o Paleolítico (c. 2 000 000 anos - 10 000 a. C.) e o Neolítico (c. 10 000 - c. 4 000 a. C.)
- História - c. 4 000 - ? (a proto-história pode-se englobar neste macroperíodo)
- História Antiga/ Antiguidade - c. 4 000 a. C - 476 (queda Império Romano do ocidente)
- Idade Média - 476 - 1453 (tomada de Constantinopla pelos Turcos)
- Época Moderna - 1453 - 1789 (Revolução Francesa)
- História Contemporânea - até aos nossos dias

Estas datações são variáveis no tempo e no espaço e na ótica dos historiadores e das várias correntes historiográficas. Podem-se dividir cada um outros períodos (Épocas Pré-Clássica e Clássica, na Antiguidade, por exemplo). Dentro destes períodos da História, surgem as noções de tempo longo (estrutura) e tempo curto (conjuntura, ciclo, facto).

PATRIMÓNIO

Património não é uma ciência, mas um termo dado ao contexto de abordagem de um conjunto de ciências sociais e humanas (Arqueologia, Arquitectura, História de Arte, Museologia, Antropologia, etc.) que estudam, valorizam e divulgam a manifestação humana passada, e não só, como também a identidade de um povo. Esta identidade material e imaterial que realça a cultura de um povo denomina-se por Património Cultural.
Actualmente existem outras abordagens do património. Quando este é distinto pelo seu carácter identitário estético, artístico, documental, científico, social ou natural é designado por Património Histórico. Quando realça os bens produzidos pela comunidade e fruto do seu saber, que não se materializa, mas transmite-se pela oralidade ou de geração em geração, denomina-se por Património Imaterial. Quando retrata valores não antrópicos, mas cuja a influência do mesmo acarreta, sobre a geografia física, classifica-se por Património Natural.
 
Património Cultural
O património cultural pode ser uma zona, edifícios e outros bens que são protegidos e valorizados pela sua importância cultural, ou seja, são raros e únicos e têm um grande valor

CIÊNCIAS SOCIAIS

Conjunto de disciplinas que estudam o Homem através das suas relações com a sociedade e com a cultura.As questões relacionadas com o Homem em sociedade começaram a merecer a atenção dos estudiosos e a revestir um carácter científico a partir do século XVIII. Dessa época datam os primeiros estudos sobre a ação do Homem no seio da sociedade, bem como sobre as suas relações com os seus semelhantes. Nasce neste século a economia política.É contudo no século XIX que aparece a maior parte das disciplinas que pertencem ao domínio das Ciências Sociais, como é o caso da Antropologia, da Sociologia e da Ciência Política. Estas foram, na sua génese, profundamente influenciadas pelas teorias sobre a sociedade de filósofos da época, particularmente de Comte, de Marx e de Spencer.No século XX, as Ciências Sociais conheceram um amplo desenvolvimento, deixando de se circunscrever apenas a trabalhos de grande envergadura científica, para se democratizarem e descerem às escolas superiores e secundárias, passando a ser objeto de estudo dos alunos.O leque de disciplinas pertencentes às Ciências Sociais também se alargou, passando a compreender, para além das já citadas, a Psicologia, a Etnologia e a Geografia Humana. Embora sujeito a discussão, também é comum integrar-se nas Ciências Sociais e Humanas a História, a Filosofia e até as Ciências Jurídicas.Os trabalhos realizados no âmbito das Ciências Sociais obedecem a uma metodologia própria, assente em dados qualitativos e quantitativos. Os principais meios utilizados para os obter são: o inquérito, a entrevista, o questionário, a análise de documentos, a observação direta, a observação participante e a estatística.Hoje, a acelerada evolução tecnológica veio dar um incremento muito válido ao avanço das Ciências Sociais, ao permitir que os estudos empíricos se desenvolvam e se completem pelos meios quantitativos, daí surgindo verdadeiras teorias científicas sobre o comportamento do Homem como ator social.