segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A IGREJA MEDIEVAL: HISTÓRIA, TÍTULOS E INSÍGNIAS DO BISPO DE ROMA

PATRIARCA DO OCIDENTE – visto que exerce a soberania sobre a Igreja latina.
SUA SANTIDADE – título reservado aos patriarcas a partir do século VII. No Ocidente, só o Papa o usa.
SOBERANO PONTÍFICE – título usado pelos imperadores romanos como chefes do colégio dos sacerdotes da religião pagã. Este título foi atribuído ao Papa no século VI.
SANTÍSSIMO PADRE - fórmula habitualmente utilizada para alguém se dirigir ao Papa.
VIGÁRIO DE CRISTO – assim se denominavam noutro tempo todos os bispos. Este título é reservado ao Papa desde o século XIII.
AS INSÍGNIAS
A SOTAINA branca.
A TIARA – espécie de cobertura da cabeça, alta e cónica, rodeada de três coroas, que foi usada desde o século XIII até ao século XX. Paulo VI substituiu-a pela MITRA, habitual nos bispos.
O ANEL DO PESCADOR – sinete que tem a imagem de S.Pedro pescador e o nome do Papa. O uso deste anel é atestado desde, pelo menos, 1265.
Desde o século XV que serve para autenticar os actos oficiais e é quebrado quando o Papa morre

A Igreja medieval


Como foi a organização??

Quando iniciaram os conflitos??!

Agora entraremos numa parte bem delicada da história medieval: o papel da igreja!

A igreja teve forte influência nos povos bárbaros. Devido a confusão  causada pelas invasões bárbaras  e com a desestruturação no Império Romano, a igreja teve forças para manter e conservar sua identidade institucional. A igreja preservou elementos da cultura greco-romana, mas com um ponto de vista cristão e espalhando tudo isso entre os povos bárbaros.

Mas o papel da igreja não ficou só no campo religioso. Ela atuou em diversos setores da vida medieval. Servindo como peça de união social , diante da divisão política do feudalismo.

As raízes do cristianismo, como a palavra sugere, vem de Cristo, daí o nome cristianismo. Oficialmente suas raízes são na antiga Palestina, da época do alto império Romano.

ORGANIZAÇÃO DO CLERO

os sacerdotes da igreja tinham suas categorias:

Clero Secular  eram os sacerdotes que viviam fora dos mosteiros, divididos em padres, bispos e outros.

Clero Regular  já  refere-se aos sacerdotes que viviam nos mosteiros e obedeciam as regras de sua ordem religiosa.

No topo da ordem eclesiástica estava o Papa, ou seja, o bispo de Roma. O 1º Papa da cristandade foi Leão I.

Desde 756, o Papa era o administrador político do Patrimônio de São Pedro, ou , o estado da igreja,tinha o poder de acumular riquezas através de doações feitas pelos fiéis principalmente quando estas doações eram propriedades.

Provavelmente a igreja tinha controlado um terço das terras férteis da Europa Ocidental. Isto mostra o forte poder econômico da igreja para a época.

O poder da igreja levou o Papa a envolver-se em diversos conflitos políticos com monarquias medievais.

Como exemplo: a Questão das Investiduras, que ocorreu no século X, quando o imperador Oto I , do Sacro Império Romano Germânico, começou a querer controlar os assuntos da igreja.

Ele fundou bispados e abadias. Em troca da proteção que dava à igreja, controlava as ações do Papa.

As nomeações da parte do imperador eram por interesse pessoais e do governo. Isto abriu as portas para a corrupção entre os membros do clero.

No século XI houve um movimento reformista : Ordem Religiosa de Cluny, com o objetivo de recuperar o poder da igreja. As  medidas por ele adotadas foram:

Instituição do celibato e a proibição da investidura religiosa pelo imperador.

Claro que isso não agradou a todos, um rei que não gostou disso foi Henrique IV,imperador do Sacro Império. O resultado não foi agradável. Um foi excomungado e o outro foi deposto e mais atrito entre imperador e Papa. O problema só foi resolvido em 1122 pela Concordata de Worms: onde o Papa teria o poder da investidura espiritual dos bispos e o imperador a investidura temporal.

SANTA INQUISIÇÃO


Nos países denominados cristãos nem sempre as pessoas tinham um fé de acordo com as doutrinas da igreja. Essas crenças que eram diferentes da  doutrina padrão da igreja eram chamadas de heresias.

Um exemplo foram os  albigenses.

No século 12 no sul da França, os albigenses ou Cátaros, nome este originário da cidade de Albi, local com a maior concentração de seguidores. Tinham a sua própria classe clerical celibatária. Criam que Jesus falou em sentido figurado na sua última ceia , ao dizer:” isto é o meu corpo” ( Mateus capítulo 26, versículo 26), rejeitavam as doutrinas da trindade, do inferno de fogo e o purgatório. Lançaram dúvidas sobre os ensinos da igreja de Roma. O Papa Inocêncio III ordenou a perseguição deles.

A cruzada foi organizada contra os hereges e 20.000  homens, mulheres e crianças foram massacrados, em Bíziers, França. Em 1229, com a derrota dos albigenses, houve a paz.

A inquisição foi um tribunal instituído para suprimir a heresia. Na época ,as pessoas eram dominadas por um espírito de intolerância e elas eram superticiosas e com muita disposição de assassinar os ‘hereges’. A inquisição iniciou uma era de perseguição religiosa que resultou um abusos, denúncias falsa e anônimas, assassinatos, roubo, tortura e morte lenta de milhares de pessoas , que pelo menos pensavam crer diferente das doutrinas da igreja.

Mas esses tribunais da Inquisição não tinham só papel religioso, mas sim uma grande influência política e atuou em vários países europeus, entre eles foram: Itália, França,Alemanha,Portugal e Espanha. Neste último a influência foi forte, tanto no lado espiritual como na vida social.

Como a igreja devia favores ao estado, o seu papel era de também manter a ordem, por combater os movimentos revolucionários contra a classe social dominante, tornando-se uma arma de repressão sócio-política.

AS CRUZADAS


O Papa Urbano II, no século XI, fez um apelo aos fiéis para mover uma  Guerra Santa contra os mulçumanos. Embora esse não tenha sido o único motivo. As razões que impulsionaram o movimento cruzadista foram:

» o aumento demográfico na Europa feudal, a falta de terras para plantações.
» o interesse econômico e comercial  e conquista de novas terras.
» além da crença de que a peregrinação à lugares santos oferecia a possibilidade de salvação da alma do fiel.
» interesse militar em combater os inimigos do Cristianismo( mulçumanos, judeus e cristãos considerados hereges).

A origem das cruzadas tem a ver com as peregrinações a lugares sagrados. Tais como Jerusalém, onde fica o Santo Sepulcro, lugar onde Jesus foi colocado após ter sido morto.

A princípio a peregrinação era apenas religiosa, mas depois a religião começou a se misturar com o comércio e expansionismo geográfico e ação militar.

As cruzadas foram do século XI até o século XIII, ao todo foram 10 cruzadas, sendo 8 de nobres, 1 de plebeus e 1 de crianças.

Já no final do século XII, o interesse pelas cruzadas havia caído bastante. Alguns motivos foram: os resultados religiosos foram poucos; o fortalecimento do comércio entre Ocidente e Oriente, que era o principal, já havia sido alcançado.

Essas cruzadas causaram muito sofrimento , massacres e invasões com destruição de aldeias e cidades. Assim como os ocidentais achavam os mulçumanos  um povo bárbaro, os povos islâmicos, judeus e cristãos ortodoxos viam as cruzadas como invasões bárbaras, que causavam destruição e sofrimento em suas terras.

As conseqüências foram:

» empobrecimento dos investidores de guerra, os senhores feudais que as custeavam.

» Fortalecimento do poder real e enfraquecimento do poder do senhor feudal.

» Reabertura do mar Mediterrâneo e desenvolvimento do intercâmbio entre Europa e Oriente.

» Ampliação do universo cultural da Europa , entre os povos orientais.

Realmente guerras nunca levaram a alegria  de ninguém..

Cruzadas: Guerras religiosas estimularam o capitalismo

A produção para o mercado, as trocas monetárias e o espírito de lucro ressurgiram na Baixa Idade Média (séculos 12 a 15). Isso não chega a marcar o nascimento do capitalismo, pois não havia o trabalho assalariado. Pode-se, porém, falar no advento de um pré-capitalismo.
A situação é uma decorrência da crise do feudalismo, com o aumento da população europeia e a consequente ampliação do consumo de roupas e alimentos, além das necessidades de moradia. Desse modo, um significativo contingente populacional iria mergulhar na marginalização ou, como se diz hoje em dia, na exclusão social.
Violência e banditismo
Servos eram expulsos dos feudos onde sempre viveram, vilões se viam forçados a deixar as vilas que habitavam. Resultado: mendicância e banditismo. Este último era reforçado até por gente da nobreza, pois os filhos mais novos dos senhores feudais, que não desfrutavam de uma herança substanciosa, podiam aproveitar suas atividades bélicas para atividades criminosas, como o saque e o sequestro.
O aumento da violência, portanto, era também uma realidade, da qual as justas e os torneios entre cavaleiros são um inegável reflexo. Esses combates "esportivos" transformavam-se muitas vezes em verdadeiras batalhas campais.
Desse modo, a Igreja se viu forçada a intervir para solucionar o problema. Por um lado, proclamou a "Trégua de Deus", que limitava o número de combates a 90 por ano. Simultaneamente, resolveu canalizar essa energia bélica para um fim religioso: a conquista dos locais sagrados do cristianismo no Oriente.
Servos de Deus
Estava-se numa época em que o poder papal se encontrava fortalecido, e é importante lembrar que, em termos de mentalidade, o homem da Idade Média é profundamente religioso, é um servo de Deus. Portanto, combater os muçulmanos, ainda que lhe rendesse as riquezas do Oriente, era também uma garantia da salvação de sua alma.
Ao longo de mais de 200 anos, entre os séculos 11 e 13, foram realizadas oito Cruzadas. A mais longa durou seis anos e a mais curta, apenas um, acompanhe no quadro abaixo:
Primeira Cruzada (1095-1099)
O papa convocou os fiéis para a guerra santa contra o Islão no Concílio de Clermont. Partindo em 1096, os cavaleiros sitiaram Niceia, tomaram Dorileia, Antioquia e Jerusalém. O Oriente Médio passou a abrigar Estados cristãos, organizados à maneira feudal, como o Principado de Antioquia, o condado de Edessa e o reino de Jerusalém.
Segunda Cruzada (1147-1149)
Com a reconquista de Edessa pelos árabes, essa Cruzada foi pregada pelo próprio São Bernardo. No entanto, fracassou por desavença entre seus chefes: Conrado 3º da Alemanha e Luís 7º da França.
Terceira Cruzada ou Cruzada dos Reis (1189-1192)
Foi organizada após a retomada de Jerusalém pelo sultão Saladino, sob a liderança de Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra, Frederico Barba-Ruiva, do Sacro Império, e Filipe Augusto, da França. Após diversos combates, Ricardo assinou um tratado de paz com Saladino, que autorizou os cristãos a peregrinar a Jerusalém.
Quarta Cruzada (1202-1204)
Cruzada marítima contra o Egito, organizada por Henrique 6º da Alemanha, foi financiada pelos venezianos com interesses comerciais. Foi uma cruzada sangrenta, a ponto de os venezianos serem excomungados pelo papa Inocêncio 3º. Mesmo assim, eles saquearam Constantinopla e voltaram à Itália satisfeitos.
Quinta Cruzada (1217-1221)
Formada após a Cruzada das Crianças, que terminou com seus integrantes vendidos como escravos em Alexandria, a quinta Cruzada fez várias ofensivas contra o Egito e retornou a Europa sem sucesso.
Sexta Cruzada (1228-1229)
Frederico 2º, do Sacro Império Romano-Germânico, aproveitou-se das desavenças entre os sultões do Egito e Damasco, para conseguir que os turcos lhe entregassem Jerusalém, Belém e Nazaré.
Sétima Cruzada (1248-1250)
Sob o comando de Luís 9º da França (São Luís), esta cruzada foi um grande fracasso: isolada pelas enchentes do Nilo, teve seus homens dizimados pelo tifo. Luís foi preso e resgatado mediante um valor altíssimo.
Oitava Cruzada (1270)
O Oriente Médio vivia uma época de anarquia entre as ordens religiosas que deveriam defendê-lo, bem como entre comerciantes genoveses e venezianos. Os cristãos foram expulsos de suas posições e Luís 9º organizou uma nova Cruzada. Morreu, porém, ao desembarcar em Túnis e a cruzada foi suspensa.
As Cruzadas tiveram consequências de grande importância para a história mundial. Reabriram a navegação do Mediterrâneo aos europeus e dinamizaram as relações comerciais entre o Ocidente e o Oriente. As cidades da Itália passaram a distribuir mercadorias orientais para a Europa: açúcar, arroz, algodão, café, marfim, frutas cítricas e especiarias. Propiciaram a economia baseada na moeda e no mercado e favoreceram o crescimento das cidades.

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