No Império Romano, os Cristãos atraíram rapidamente sobre si a hostilidade das maiorias. Os seus rituais, o batismo, a Eucaristia, as suas reuniões para preces, fizeram com que fossem encarados com desconfiança pela maioria da população. Esta nova religião, aberta tanto a escravos como a senhores, tanto às mulheres como aos homens, tanto aos pobres como aos poderosos, ia de encontro a muito hábitos, usos e costumes. A fé dos cristãos na ressurreição dos mortos suscita muitas zombarias e comentários como "superstição nova e malfazeja" ou "abominação". O que irrita mais os romanos, porém, é a recusa dos Cristãos em prestar culto ao imperador, pois a sua religião vedava-lhes prosternarem-se diante dum ídolo, fosse ele qual fosse. Esta recusa fazia deles traidores, seres maléficos que desprezavam os costumes religiosos protetores da Cidade e do Império. A partir de Nero, os Cristãos são sujeitos a perseguições violentas, deportações, condenações ao trabalho nas minas, e ao suplício nos anfiteatros. Apesar disso, a igreja cristã primitiva vai converter pouco a pouco o mundo romano e formar por toda a parte pequenas comunidades. Contudo, apenas no século IV o imperador Constantino lhes concede liberdade religiosa. Influenciado pela sua mãe, Helena, este imperador tomou várias medidas a favor do Cristianismo, entre elas o fazer do domingo dia feriado obrigatório, presidindo também ao primeiro concílio ecuménico da história, o Concílio de Niceia (325).
Texto adaptado de A História dos Homens: as grandes religiões, Lello & Irmão, 1990.
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