“ Os Homens eram empilhados no fundo do porão do navio, acorrentados, com receio de que se revoltassem e matassem todos os brancos que iam a bordo. Às mulheres reservavam a segunda entrecoberta. As crianças eram amontoadas na primeira entrecoberta. Se quisessem dormir caíam uns sobre os outros. Havia sentinas, mas como muitos tinham medo de perder o lugar, faziam aí mesmo as necessidades, principalmente os homens, de modo que o calor e o cheiro eram insuportáveis. Pior do que tudo era o sofrimento dos cativos, de tal forma que muitos não resistiam, morrendo asfixiados, exaustos ou doentes.”
Fonte: Frédéric Mauro, Portugal, o Brasil e o Atlântico In, História e Geografia de Portugal-6ºano Texto Editores
"Os escravos são as mãos e os pés dos senhores do
engenho, porque sem eles, no Brasil, não é possível manter e aumentar a área
cultivada, nem ter engenho a funcionar."
André João Antonil,inCultura e Opulência do Brasil, 1711
O engenho de açúcar era o nome dado às fazendas produtoras de açúcar no período do Brasil Colonial. Este nome era aplicado também à máquina que moia a cana-de-açúcar e outras instalações envolvidas no processo. Grande parte destes engenhos estava estabelecidos na região nordeste do Brasil. A maior parte do açúcar produzido nos engenhos era destinada ao mercado europeu. Dentro dos engenhos havia também a casa-grande (habitação do senhor de engenho e sua família), a senzala (habitação dos escravos), capela, horta e canavial.
Ilustração de Cícero Dias para Casa-Grande & Senzala (1933), de Gilberto Freyre.
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