O volume das trocas aumentou sob o Império. O Mediterrâneo, que banha três quartos das províncias, conhece então uma grande atividade, tanto na sua bacia oriental como ocidental. Ainda que os navios se aventurem cada vez mais pelo alto mar, a fim de encurtarem as travessias, este procedimento ainda não é uma regra generalizada e prefere-se, para os tratos curtos e importância média, praticar a cabotagem ao longo das costas. No continente, a circulação de mercadorias defrontava-se com algumas dificuldades nos transportes terrestres. Por isso é que a via fluvial e a barcagem eram privilegiados. Por terra, era preciso contar com as dificuldades de utilização das entradas, a lentidão dos carros e o máximo de carga que nunca se podia ultrapassar: as técnicas de atrelagem - cabresto antigo, coelheira - não permitiam que se ultrapassasse uma carga à volta dos 500 quilos. Os produtos agrícolas constituem uma parte importante dos artigos transportados. O vinho e o azeite alimentam o grande tráfico e estão na origem de belos êxitos agrícolas e comerciais. Para além do comércio interno, estabeleciam-se relações comerciais de um lado e do outro do "limes". Na Europa, os bárbaros da Germânia absorviam a fancaria dos pequenos comerciantes romanos: cerâmica, pequenos objetos de bronze ou de vidro. A mais longas distâncias estabelecia-se um comércio de envergadura internacional, que respeita a produtos raros: âmbar do Báltico, incenso da Arábia, marfim africano, pimenta da terra tamul, seda da China.
Texto adaptado de Michel Christol e Daniel Nony, Roma e o seu Império, Dom Quixote, 2000.
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