domingo, 14 de abril de 2013

Os conhecimentos geográficos dos Europeus

Antes de se iniciarem as grandes viagens marítimas do século XV, os europeus dispunham de livros de viagens e da cartografia como fontes essenciais de informação. Os princípios da geografia de raiz erudita transmitiam-se de obra para obra, permitindo que se divulgassem noções falsas. Num tratado de Cosmografia escrito em 1282, o "Compositione del Mondo", afirmava-se que, para a Terra ser habitável, ela devia "ser constituída de tal modo que, aproximadamente no seu centro, existisse um grande e largo braço de mar (o Mediterrâneo) onde desaguassem todos os rios que têm o seu curso para o centro da Terra". Num planisfério de c. 1370, Jerusalém estava marcada no centro e o "Paraíso" anotado na Ásia, o Egito aparecia a Oriente da Etiópia e a Assíria (no atual Iraque), estava colocada muito ao norte, fazendo fronteira com a Hungria.


O Mundo na "Geografia" de Ptolomeu (Ulm, 1482)

Que continentes não estavam representados no Mundo de Ptolomeu?
Sabias que podes ver o Mundo através dos satélites no Espaço? 

Colombo e o Novo Mundo

Enquanto os Portugueses tentavam descobrir uma rota marítima para a Ásia, navegando em torno da África, um genovês, chamado Cristóvão Colombo, pensou noutra maneira de lá chegar. Resolveu dirigir-se para Ocidente, convencido de que, mais tarde ou mais cedo, atingiria a Ásia se partisse na direcção oposta. Zarpou em 1492, depois de convencer o rei e a rainha de Castela e Aragão a financiar a viagem. Chegou a algumas ilhas, mais ou menos no sítio em que julgava ser a Ásia, e pensou aproximar-se das índias Orientais. Fez quatro viagens através do Atlântico, sem perceber que, em vez da Ásia, tinha descoberto um "Novo Mundo".
 Texto extraído de "Grande Atlas dos Descobrimentos", Civilização, 1996.

A Peste Negra vista por Boccaccio

Tinha-se já chegado ao ano de 1348 quando a cidade de Florença foi pasto da epidemia mortal. Quer a peste fosse obra das influências astrais quer ela fosse o resultado das nossas iniquidades [crimes] e Deus, na sua justa ira, a tivesse feito cair sobre os homens para punição dos nossos crimes, o facto é que ela se havia declarado, anos antes, nos países do Oriente, onde causara a perda de uma grande quantidade de vidas humanas. Depois, sem parar, propagou-se aos poucos, para nossa infelicidade, na direcção do Ocidente. Todas as medidas de profilaxia se revelaram ineficazes. Os agentes especialmente designados bem limparam os montões de lixo da cidade, bem se proibiu a entrada de todo e qualquer doente. Bem se recorreu, e mil vezes, não apenas uma, às súplicas e orações que são de uso nas procissões. Nada resultou.
 Boccaccio, 1348.
 O que poderia ter provocado esta catástrofe, segundo Boccaccio?
 Que medidas foram implementadas para afastar a doença, em Florença?

Os sintomas da Peste Negra

No início da epidemia, e quer no caso dos homens quer no das mulheres, apareciam certos inchaços na virilha ou na axila; uns punham-se grossos como maçãs vulgares, outros como um ovo, outros em pouco mais ou menos. Dava-se-lhes, vulgarmente, o nome de bubões. Em seguida, partindo desses dois sitios onde tinham aparecido, os bubões não tardaram, para semear a morte, a crescer indiferentemente em qualquer parte do corpo. Depois disso o sintoma do mal transformou-se numas manchas negras, ou lívidas, que em muitas pessoas apareciam nos braços, nas coxas e em todos os outros pontos do corpo, ora grandes e separadas, ora muito juntas e miúdas. Assim como o bubão fora de início, e era ainda, indicador de morte certa, o mesmo acontecia aos que tinham essas manchas. Quanto ao tratamento da doença, não havia receita médica nem remédio eficaz que pudessem trazer a cura ou qualquer alívio.
 Boccaccio, 1348.
 Por que razão se chamou "negra" a esta epidemia?
Como podemos caracterizar os conhecimentos médicos da época?

A caravela quinhentista

Quais as vantagens da utilização da caravela na navegação ao longo da costa africana?
Consegues identificar na imagem as inovações técnicas existentes na caravela?

Navios dos descobrimentos: o galeão

O caminho marítimo para a Índia: 1498-1499

A divisão do Mundo entre Portugal e Castela

O Tratado de Tordesilhas

A viagem de Cristóvão Colombo para Ocidente descobriu novas terras localizadas a sul das ilhas Canárias. D. João II enviou imediatamente uma embaixada aos reis católicos e mandou preparar uma esquadra para ir tomar posse das novas ilhas. Desejosos de evitar a guerra, os reis de Castela pediram apoio papal para as suas pretensões. O Papa Alexandre VI, um espanhol, fez elaborar uma bula com erros geográficos, dividindo o mundo desconhecido em duas partes, a oriental para Portugal e a ocidental para Castela, segundo um meridiano passando a 100 léguas (320 milhas) a oeste dos Açores ou das ilhas de Cabo Verde. Negociações directas entre os dois países conduziram a um acordo melhor: pelo Tratado de Tordesilhas (1494), a Terra era dividida em duas áreas de descobrimento e conquista, segundo um meridiano passando a 370 léguas (1184 milhas) a oeste de Cabo Verde. A parte ocidental caberia a Castela, a oriental a Portugal. O Tratado impediu uma guerra entre as duas nações e entregou a cada uma delas a sua área livre de descoberta e expansão.

História de Portugal (direção e Oliveira MARQUES), volume II: Do Renascimento às Revoluções Liberais, Editorial Presença, 1998.

A Inquisição


De raiz medieval, a Inquisição foi um dos símbolos da Contra-Reforma. Surgiu com o objectivo de reprimir a heresia de modo a fazer reintegrar na Igreja as ovelhas tresmalhadas. Os interrogatórios eram lentos, minuciosos, utilizando-se tácticas diversas a fim de levar o implicado a confessar completamente os seus delitos e, portanto, a poder reconciliar-se com a Igreja. O tempo não contava, pelo que havia casos de prisões muito longas, havendo quem estivesse detido mais de dez anos. A partir de 1252 foi permitido o tormento como meio de apurar a verdade sempre que havia dúvidas, estabelecendo-se como limites a efusão de sangue, a mutilação e a morte.Foi estabelecida em Portugal em 1536, começando a funcionar de imediato, cabendo-lhe julgar os delitos de judaísmo, luteranismo, maometismo, proposições heréticas, bigamia e feitiçaria.
Nova História de Portugal, volume V, Ed. Presença, 1998 (adaptado).

O Concílio de Trento

O Concílio de Trento (1545-1563) foi o marco de viragem definitiva na reforma da Igreja do século XVI, ao definir e aclarar temas de carácter teológico e doutrinal, como o profundo e aceso debate em torno dos sacramentos, com um cuidado especial para a missa, matrimónio, ordem e culto dos santos; ao proceder a uma uniformização litúrgica; ao reformular a acção de consagrados e leigos, procurando elevar o nível cognitivo e moral de todos; e finalmente ao assumir a cisão com as novas religiões, iniciando a verdadeira Contra-Reforma.

Nova História de Portugal, volume V, Ed. Presença, 1998 (adaptado).


A censura pela Igreja: o Índex

A partir de 1540, certo número de regras foram impostas, segundo as quais todas as livrarias e todos os navios vindos do estrangeiro seriam inspeccionados por eclesiásticos. Não apenas as livrarias mas também as casas particulares passaram a ser visitadas por pessoal do Santo Ofício sempre que morria alguém conhecido por possuir livros ou manuscritos. Em 1543 apareceu na Itália o primeiro Index de livros proibidos. Foi depressa seguido por um espanhol (1546), que estabeleceu o modelo da primeira lista portuguesa de livros defesos, publicada em 1547: continha somente obras estrangeiras, em número de 160. As obras defesas incluíam livros tidos por heréticos, livros sobre "coisas lascivas e desonestas", livros sobre feitiçaria, astrologia e outros do mesmo tipo. A fórmula adoptada pelos censores proibia todos os livros ou partes deles que contivessem fosse o que fosse contra "a nossa santa Fé e bons costumes".
Nova História de Portugal, volume V, Ed. presença, 1998 (adaptado).

A cartografia portuguesa na época dos Descobrimentos





 






Mapa do Noroeste africano e do Golfo da Guiné, atribuído a Fernão Vaz Dourado (1520-1580)


 Como se chamam as linhas que cruzam o mapa? Para que serviam?
De que forma eram assinaladas no mapa as possessões portuguesas?
No mapa encontra-se desenhada uma fortaleza. A que feitoria portuguesa corresponde?

Brunelleschi, um percursor do Renascimento


A cultura do Humanismo propôs-se criar uma nova linguagem a partir da recuperação das formas artísticas do mundo antigo. A linguagem arquitectónica de Brunelleschi, dominada pelo rigor, a austeridade e aprecisão, foi a referência da costrução toscana do século XV.
Tesouros Artísticos do Mundo: O despertar do renascimento, Ediclube, 2007.
 Que elementos clássicos consegues identificar nas obras de Brunelleschi?

Cúpula de Santa Maria dei Fiori, 1417-1441, Florença



 Florença Capela Pazzi, 1429, Florença
Projecto da Igreja do Espírito Santo, 1442-1487

A expansão da Reforma Protestante

Em meados do século XVI, muitas pessoas tinham abandonado a Igreja romana, encarada então por muitos como uma abominação, e tinha-se juntado aos reformadores mais importantes para estabelecer e consolidar o protestantismo. A Igreja católica respondeu pondo em ordem a sua própria casa, encorajando os que tinham permanecido leais e tentando recuperar os que perdera para o protestantismo.

A crise do Império Português do Oriente

Em meados do século XVI, Portugal viveu uma época de grandes dificuldades; em contrapartida, a Espanha tornou-se na maior potência europeia. O império português era uma vasta área, demasiadamente extensa para um país tão pequeno e com tão pouca população...
 BARREIRA, Aníbal e MOREIRA, Mendes

Os Vikings atacam a Hispânia (844-966)

Desde meados do século IX, os piratas noruegueses e dinamarqueses assolaram as terras da Galiza e penetraram com os seus barcos até cidades como Sevilha ou Pamplona. Na Galiza, os bens e tesouros dos bispados e a fama de Santiago de Compostela atraíam os vikings. No dia 1 de Agosto de 844 desembarcaram junto da Torre de Hércules, sendo derrotados por um exército comandado pelo rei Ramiro I das Astúrias e senhores locais. Os piratas abandonaram o local, mas a sua esquadra, composta ainda por 53 navios e outras tantas barcas, chegaram a Lisboa a 20 de Agosto, cidade que atacaram, sem êxito, durante treze dias.

 Texto adaptado de: "Revista História: National Geographic", nº 89.

Drakkar

A Conquista da Ibéria














A partir do desembarque em Ampúrias, em 218 a. C., os exércitos romanos, comandados pelos irmãos Publio e Cneu Cipião, empreenderam várias campanhas em direcção ao sul, percorrendo toda a costa mediterrânica da Península. A guerra contra Cartago levou-os ao vale do Guadalquivir, a Turdetânia. Após a derrota dos Cartagineses, os exércitos romanos tiveram de enfrentar várias revoltas dos povos indígenas, destacando-se a resistência dos Lusitanos e dos Celtiberos entre 155 e 133 a. C. A Hispânia ficou totalmente submetida apenas no tempo do Imperador Augusto que, após derrotar os Cántabros e os Àstures, ergueu em Roma a "Ara Pacis" para celebrar a pacificação da Hispânia e da Gália, dois séculos depois.
 Texto adaptado de "Revista História: National Geographic", nº 90.




Malaca: 500 anos de presença portuguesa

Declarada Património Mundial pela UNESCO em 2008, Malaca é um dos maiores símbolos da presença portuguesa no Oriente. Conquistada por Afonso de Albuquerque em 1511, ainda hoje possui uma numerosa colónia luso-descendente que continua a afirmar-se portuguesa de forma incondicional. A cultura popular portuguesa transmite-se oralmente, tal como o "portugis antigo". O português misturou-se com a língua malaia para dar origem ao "papiá kristang" (patuá cristão), falada por dezasseis mil pessoas: MALAIO - PORTUGUÊS sepatu-sapato meja-mesa limau-limão mentega-manteiga garpu-garfo bendera-bandeira marinyu-meirinho peluru-pelouro jendela-janela
 Texto adaptado de: "Notícias Sábado", nº 295, de 3 de Setembro de 2011
Onde se localiza Malaca?
Quem conquistou a cidade em 1511?
Que sinais da presença portuguesa ainda hoje existem?

A difusão do Cristianismo no Império Romano

 No Império Romano, os Cristãos atraíram rapidamente sobre si a hostilidade das maiorias. Os seus rituais, o batismo, a Eucaristia, as suas reuniões para preces, fizeram com que fossem encarados com desconfiança pela maioria da população. Esta nova religião, aberta tanto a escravos como a senhores, tanto às mulheres como aos homens, tanto aos pobres como aos poderosos, ia de encontro a muito hábitos, usos e costumes. A fé dos cristãos na ressurreição dos mortos suscita muitas zombarias e comentários como "superstição nova e malfazeja" ou "abominação". O que irrita mais os romanos, porém, é a recusa dos Cristãos em prestar culto ao imperador, pois a sua religião vedava-lhes prosternarem-se diante dum ídolo, fosse ele qual fosse. Esta recusa fazia deles traidores, seres maléficos que desprezavam os costumes religiosos protetores da Cidade e do Império. A partir de Nero, os Cristãos são sujeitos a perseguições violentas, deportações, condenações ao trabalho nas minas, e ao suplício nos anfiteatros. Apesar disso, a igreja cristã primitiva vai converter pouco a pouco o mundo romano e formar por toda a parte pequenas comunidades. Contudo, apenas no século IV o imperador Constantino lhes concede liberdade religiosa. Influenciado pela sua mãe, Helena, este imperador tomou várias medidas a favor do Cristianismo, entre elas o fazer do domingo dia feriado obrigatório, presidindo também ao primeiro concílio ecuménico da história, o Concílio de Niceia (325).
 Texto adaptado de A História dos Homens: as grandes religiões, Lello & Irmão, 1990.

A fixação do Credo nos séculos IV e V

 No decurso dos três primeiros séculos, numerosas divergências de pontos de vista manifestavam-se entre os Cristãos a propósito do significado da Páscoa, do valor do Batismo e da Penitência. Mas no século V era a própria unidade da Igreja que se encontrava ameaçada a propósito da crença na Santíssima Trindade, Deus em três pessoas distintas. Quatro concílios ecuménicos (do grego "oikoumenê", que significa "terra habitada") tveram lugar em Niceia (325), Constantinopla (381), Éfeso (431) e Calcedónia ( 451). Depois de animadas discussões, o Credo (da palava latina que significa "eu creio") foi fixado. Confirmou a Unidade de Deus em três pessoas, afirmou que Jesus era "verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem", professou o sacramento do Batismo para remissão dos pecados, anunciou a ressurreição dos mortos e o Julgamento Final.
 Texto adaptado de A História dos Homens: as grandes religiões, Lello & Irmão 1990.

A expansão do Império Romano

Quando Augusto se tornou imperador, Roma controlava quase todo o território em redor do Mediterrâneo. Durante os 150 anos seguintes, conquistaram mais territórios, criando um império que se estendia da Grã-Bretanha ao Médio Oriente. O apogeu do império foi em 117 d. C., no reinado do imperador Trajano.
Texto retirado de Fiona Chandler, História Universal Verbo do Mundo Antigo, Ed. Verbo, 2000.

Rotas e produtos comerciais no século II d. C.

O volume das trocas aumentou sob o Império. O Mediterrâneo, que banha três quartos das províncias, conhece então uma grande atividade, tanto na sua bacia oriental como ocidental. Ainda que os navios se aventurem cada vez mais pelo alto mar, a fim de encurtarem as travessias, este procedimento ainda não é uma regra generalizada e prefere-se, para os tratos curtos e importância média, praticar a cabotagem ao longo das costas. No continente, a circulação de mercadorias defrontava-se com algumas dificuldades nos transportes terrestres. Por isso é que a via fluvial e a barcagem eram privilegiados. Por terra, era preciso contar com as dificuldades de utilização das entradas, a lentidão dos carros e o máximo de carga que nunca se podia ultrapassar: as técnicas de atrelagem - cabresto antigo, coelheira - não permitiam que se ultrapassasse uma carga à volta dos 500 quilos. Os produtos agrícolas constituem uma parte importante dos artigos transportados. O vinho e o azeite alimentam o grande tráfico e estão na origem de belos êxitos agrícolas e comerciais. Para além do comércio interno, estabeleciam-se relações comerciais de um lado e do outro do "limes". Na Europa, os bárbaros da Germânia absorviam a fancaria dos pequenos comerciantes romanos: cerâmica, pequenos objetos de bronze ou de vidro. A mais longas distâncias estabelecia-se um comércio de envergadura internacional, que respeita a produtos raros: âmbar do Báltico, incenso da Arábia, marfim africano, pimenta da terra tamul, seda da China.
 Texto adaptado de Michel Christol e Daniel Nony, Roma e o seu Império, Dom Quixote, 2000.

Alexandre, o Grande





Alexandre (356-323 a.C.) foi rei da Macedónia. Em criança foi ensinado pelo filósofo Aristóteles e, quando sucedeu ao seu pai, Filipe II, aos 20 anos, deu início a uma série de conquistas. O seu pai tinha formado um poderoso exército com soldados bem treinados, os hoplitas, com o qual tinha já conquistado várias cidades gregas. Com este exército, Alexandre invadiu o Império Persa em 334 a.C., conquistou o Egito dois anos depois e, em 331 a. C., derrotou finalmente o rei persa, Dario III, obtendo o controlo de todos os seus territórios. Depois desta enorme vitória, conduziu os seus soldados numa grande viagem de conquista e exploração atingindo as remotas regiões da Índia e do atual Afganistão. Ao longo de todas as suas viagens, teve o cuidado de recolher informações das regiões, sendo acompanhado de observadores e geógrafos que cartografavam o território e mediam as distâncias contando os próprios passos.

Uma religião humanizada: os deuses gregos


























 É um período importante aquele em que floresce definitivamente a religião helénica. Os deuses são impassíveis, tal como Fídias os representa na sua majestade serena e olímpica. Mas nem por isso são insensíveis aos problemas dos homens, a quem dão o grande exemplo de um perfeito domínio de si próprios. As festas constituem os grandes momentos para entrar em contacto com eles. Essas festas são duplamente importantes: religiosamente, porque reforçam nos espíritos dos fiéis a certeza de que existe um cosmos com uma lei espiritual; politicamente, porque cimentam a união de todos os cidadãos e mesmo de todos os habitantes da cidade e são geradoras de consensos, pela atmosfera de alegria em que se desenrolam.
 Fonte: Grécia e Mito, Gradiva, 1988

Os festivais pan-helénicos

Os gregos construíram grandes santuários dedicados aos seus deuses, onde realizavam competições atléticas e concursos, a par das cerimónias religiosas. Um dos mais importantes santuários era o de Olímpia, fundado em 776 a. C., dedicado a Zeus. Os festivais olímpicos eram realizados de 4 em 4 anos (julho), com a duração de 7 dias (5 para provas, 2 para cerimónias). No primeiro dia realizavam-se cerimónias religiosas, incluíndo sacrifícios, e o juramento dos atletas. Seguiam-se as competições, que terminavam, no sétimo dia, com as cerimónias de recompensa. As provas compunham-se de luta, pugilato, corrida (200 m, 400 m e 2.400 m), provas equestres (corrida a cavalo, corrida de quadriga), pentatlo (salto, corrida, disco, dardo e luta) e pancrácio (luta e pugilato combinados). No final, os vencedores recebiam uma coroa de oliveira ou de zambujeiro, sendo-lhe dedicada uma estátua na cidade de origem.

A acrópole: o coração de Atenas

A Acrópole de Atenas era inicialmente uma cidadela fortificada, tornando-se, com o tempo, no principal espaço religioso da cidade. Na Acrópole foram já descobertos alguns locais de culto datados dos séculos XIII-X a.C., mas apenas na Época Arcaica (século VI a. C.) se registou um aumento considerável da construção. Após a completa destruição da Acrópole pelos Persas, em 480 a.C., foi Péricles, governante de Atenas entre 458 e 429 a.C., que desenvolveu os planos de construção da maior parte dos grandes e soberbos templos que ainda hoje se podem visitar. Acedia-se à Acrópole passando pelos Propileus (6), uma entrada monumental. Uma vez dentro, um curto passeio conduzia ao templo de Atena Níke ("vitória"), um pequeno e elegante templo em mármore, em honra de Atena Vitoriosa (7). Muito perto localizava-se a célebre Atena Promachos, uma colossal estátua de bronze (5), de quase 10 metros de altura, obra de Fídias e que representava a patrona da cidade com lança, escudo e elmo, como vigilante e guardiã da Acrópole. Mais afastado, encontrava-se o majestoso Parténon (1), emblema da cidade e glória de Atenas, construído entre os anos 447 e 432 a. C. O Erectéion (2), notável pela elegância dos seus pórticos (3) de cariátides, (colunas em forma de mulheres) e pela delicadeza da sua decoração, foi erigido após a morte de Péricles, entre os anos 421 e 406 a. C., em honra de Erecteo.

As invasões germânicas (séculos V e VI)

Que povos invadiram o Império Romano no século V?
Para onde se dirigiu a vaga de invasões? Ocidente ou Oriente?

O novo mapa político da Europa nos séculos V e VI

Quais os principais reinos bárbaros do século VI?
 Como se relacionam com os atuais países europeus?
O que significam, ainda hoje, as palavras "vândalo" e "bárbaro"?

A expansão muçulmana nos séculos VII e VIII



O Fórum Romano: o centro da cidade

1) Templo de Saturno 2) Via Sacra 3) Templo de Vespasiano 4) Os Rostra 5) Arco de Septímio Severo 6) Cúria 7) Basílica Emília 8) Basílica de Maxêncio 9) Templo de Antonino 10) Coliseu 11) Templo de Retondo 12) Coluna de Focas 13) Templo de Júlio César 14) Templo de Vénus 15) Arco de Tito 16) Templo de Vesta 17) Casa das Vestais 18) Templo de Castor e Pólux 19) Igreja de Santa Maria 20) Palatino 21) Templo de Augusto 22) Básílica Júlia


 Na Roma Antiga, o fórum destinava-se às atividades oficiais, mas era também zona de comércio, com lojas e tabernas, servindo igualmente para o cumprimento de certos ritos religiosos, composto por vários templos e santuários que rodeavam a praça. O Fórum romano, mais antigo, era atravessado a todo o comprimento pela Via Sacra, percorrida pelas procissões que se dirigiam ao Capitólio. Era no Templo de Vesta onde ardia o fogo sagrado da cidade. Pórticos e Basílicas constituíam espaços privilegiados para se tratar de negócios e saber as últimas novidades. Durante o Império, a praça foi sendo ornamentada com arcos do triunfo e colunas comemorando acontecimentos notáveis. A partir do século I a.C., Roma foi engrandecida com outros fora (plural de "fórum"), a começar pelos de César e de Augusto. Mais tarde, outros imperadores quiseram também construir novos fora, com templos dedicados aos seus protetores divinos, estátuas equestres e bibliotecas que a todos maravilhavam.

As inovações romanas na arquitetura

As inovações romanas na arquitectura civil e religiosa



FICHA DE TRABALHO: MUNDO GREGO




Para cada uma das questões, escolha a alínea que considere mais correcta

1)    Os factores de unidade do espaço mediterrâneo são:
a)    as montanhas, os rios e as ilhas;
b)    o mar e o clima;
c)     as penínsulas e as cordilheiras.

2)       Na cidade-estado grega, a  Ágora era:
a)    a zona mais alta da cidade, rodeada de muralhas;
b)    o local onde se situavam os edifícios político-militares e os principais templos;
c)       a praça pública, situada na parte baixa da cidade onde se reuniam os cidadãos.

3)       Clístenes ficou conhecido:
       
a)     por editar leis que reduziram os poderes políticos dos cidadãos;
b)     por ser um herói lendário;
c)       por empreender um conjunto de medidas destinadas a alargar o corpo cívico da cidade-estado.


4)    O regime político ateniense nos séc. V e IV A.C. é o de  uma democracia directa porque:
a)    o governo era exercido pelos próprios cidadãos;
b)    os cidadãos podiam eleger os seus representantes;
c)       só os cidadãos podiam ser eleitos para os cargos públicos.


5)    Isonomia era:
a)    A igualdade de acesso aos cargos públicos;
b)    A igualdade de direito no uso à palavra;
c)       A igualdade perante a lei.

6)    As mistoforias eram:
a)    As festas em honra da deusa Métis;
b)    As remunerações para os cargos públicos;
c)     As lendas dos heróis gregos.

7)    Qual dos seguintes órgãos não fazia parte da organização do poder político em Atenas nos séculos V e IV A.C.?
a)    A Bulé;
b)    O Senado;
c)     A Eclésia.

8)    A ordem arquitectónica dórica caracteriza-se, entre outros elementos, por:
a)    Colunas de arestas vivas, sem base e capitel simples;
b)    Colunas de arestas cortadas, assente numa base, com capitel de volutas e friso contínuo;
c)     Colunas lisas, sem base, capitel esculpido (em forma de acanto, de mulher, homem) e sem friso.

9)    Excluídos da cidadania eram em toda a Grécia:
a)    Os escravos;
b)    As mulheres e os escravos;
c)     As mulheres, os escravos e os estrangeiros.


Questões
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Respostas
B
C
C
A
C
B
B
A
C


As termas de Caracalala

Caracala foi imperador romano entre 211 e 217. As termas que mandou construir abriram ao público em 216 e, ainda hoje, figuram como um dos monumentos mais impressionantes da Roma Imperial. A imponente estrutura foi construída em tijolo e argamassa, a uma escala enorme, composta por piscinas, campos de jogos, lojas e jardins. O chão de mosaico, paredes de mármore e abóbadas cobertas de mosaico ou estuque pintado, conferiam ao interior um aspeto extraordinário.

O quotidiano no Império Romano: as "domus"




Os principais órgãos de governo da Atenas democrática


As habitações romanas: a "domus" e as "insulae"



O comércio no Mundo Romano




Um pesadelo chamado Hispânia

A presença romana na Hispânia começou durante a Segunda Guerra Púnica contra Cartago, no ano de 218 a. C. Após a derrota dos Cartagineses, os romanos procuraram submeter a Península, mas a oposição dos povos ibéricos ao seu domínio obrigou a poderosa Roma a várias campanhas militares que duraram cerca de dois séculos.

O florescimento da cultura do açúcar no Brasil

O senhor do engenho era o chefe de um numeroso grupo de homens: os seus familiares, lavradores e oficiais dos vários serviços da fábrica, agregados e escravos. O engenho constituía uma organização complexa: a casa de residência do senhor (a "casa grande"), as dependências da fábrica, a morada dos escravos ( a "senzala"), a capela e, por toda a parte, o canavial. Em geral era a propriedade autosuficiente, importando de fora apenas o que ali não se podia alcançar, além dos artigos de luxo. MELLO, José António de - Brasil, in "Dicionário de História de Portugal".



O tráfico colonial nos séculos XVII e XVIII

A difusão do Renascimento na Europa


O movimento humanista nasceu em Itália com Francesco Petrarca (1304-1374) e ali se desenvolveu no século XV, designadamente em Florença, a capital do Humanismo no tempo de Lourenço de Médicis (1449-1492), que reuniu à sua volta alguns dos maiores espíritos da época como Marsílio Ficino e Pico della Mirandola. A invenção da imprensa pelo estrasburguês Guttenberg, em 1455, forneceu aos humanistas um incomparável instrumento de difusão: em 1500, 236 cidades da Europa tinham já uma ou mais oficinas de impressão. As ideias humanistas, veiculadas pelo latim - a língua comum a todos os europeus cultivados - espalharam-se para além das cidades italianas alastrando a todo o continente - de Espanha à Hungria e de Inglaterra à Polónia. Erasmo de Roterdão (1469-1536) é quem melhor ilustra, pela sua vida e pela sua obra, o ideal humanista: um filólogo que publicou numerosos textos antigos, um moralista, um teólogo e um conselheiro de príncipes.
História da Europa, Editorial Estampa, 1993