“A insegurança social abre caminho à tirania, na qual um homem sobe ao poder pela força, com o apoio da classe comerciante.
A tirania é um regime político que se encontra em qualquer período da história grega, mas, como fenómeno preponderante e generalizado, pode considerar-se típico da Época Arcaica – exceptuarmos a cidade de Esparta, que manteve sempre a sua monarquia dualista. Geralmente, esta tirania não reveste, no entanto, o carácter odioso que para sempre lhe ficou adstrito quando, após a Guerra do Peloponeso, os Trinta Tiranos governaram Atenas.
(...) Os tiranos comportavam-se em geral como déspotas esclarecidos. Rodeavam-se de poetas (...).
Em Atenas, cuja tirania foi, por mais surpreendente que pareça, das últimas a acabar, acção dos Pisístratos é notável. Fazem grandes obras, quer na Acrópole, quer na Ágora e principiam o templo colossal de Zeus Olímpico (…); abastecem de água a cidade; tomam medidas económicas importantes, como os empréstimos aos lavradores em dificuldades; efectuam reformas religiosas, de grande projecção cultural também, como a reorganização das Panateneias, com a recitação dos Poemas Homéricos, e a instituição das Grandes Dionísias, junto das quais nascerá o teatro.”
Maria Helena da Rocha Pereira, Estudos da História da Cultura Clássica, Vol. I, Cultura Grega, 1998
Maria Helena da Rocha Pereira, Estudos da História da Cultura Clássica, Vol. I, Cultura Grega, 1998
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