sábado, 14 de dezembro de 2013

Das tiranias à Democracia

“A insegurança social abre caminho à tirania, na qual um homem sobe ao poder pela força, com o apoio da classe comerciante. A tirania é um regime político que se encontra em qualquer período da história grega, mas, como fenómeno preponderante e generalizado, pode considerar-se típico da Época Arcaica – exceptuarmos a cidade de Esparta, que manteve sempre a sua monarquia dualista. Geralmente, esta tirania não reveste, no entanto, o carácter odioso que para sempre lhe ficou adstrito quando, após a Guerra do Peloponeso, os Trinta Tiranos governaram Atenas. (...) Os tiranos comportavam-se em geral como déspotas esclarecidos. Rodeavam-se de poetas (...). Em Atenas, cuja tirania foi, por mais surpreendente que pareça, das últimas a acabar, acção dos Pisístratos é notável. Fazem grandes obras, quer na Acrópole, quer na Ágora e principiam o templo colossal de Zeus Olímpico (…); abastecem de água a cidade; tomam medidas económicas importantes, como os empréstimos aos lavradores em dificuldades; efectuam reformas religiosas, de grande projecção cultural também, como a reorganização das Panateneias, com a recitação dos Poemas Homéricos, e a instituição das Grandes Dionísias, junto das quais nascerá o teatro.”

 Maria Helena da Rocha Pereira, Estudos da História da Cultura Clássica, Vol. I, Cultura Grega, 1998

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