sábado, 14 de dezembro de 2013

Homero, Educador da Grécia

“Os poemas homéricos exerceram uma influência tão grande que não pode compreender a cultura grega quem deles não tenha algum conhecimento. Muito cedo começou a sua difusão. A princípio eram transmitidos oralmente e escutados em ocasiões festivas […]. A cantados ao som da cítara ou recitados, podem ouvir-se no festival das Panateneias ou em concursos. E são aprendidos nas escolas […]. Por tudo isto é que Platão, na República, dá como opinião corrente no seu tempo que Homero fora o educador da Grécia. Aristóteles declara na Poética que na Ilíada e Odisseia está o embrião da tragédia, como no Margites estava o da comédia. […] O texto homérico servia até para apoiar reivindicações territoriais […]. A partir dos Sofistas, a Ilíada e a Odisseia eram consideradas uma espécie de enciclopédia. E os filósofos e mestres helenísticos caem no exagero de as interpretar alegoricamente. Por exemplo, os errores de Ulisses eram os trâmites por que passava a alma humana. Por tal processo, acabam por ver nas epopeias um manual de filosofia. A influência nos ideais, propondo à admiração dos ouvintes a coragem de um Aquiles […] pela sua moral heróica da honra. […] Esse valor do paradigma, exercem-no os próprios Poemas sobre as gerações subsquentes.”

 Maria Helena da Rocha Pereira, Estudos da História da Cultura Clássica, Vol. I, Cultura Grega

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