quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

CRESCIMENTO ENTRE O SÉCULO XI A XIII

A prosperidade dos séculos XI a XIII teve por base o desenvolvimento agrícola, graças a:
-Expansão da área cultivada (arroteamentos pela acção conjunta de camponeses, monarcas, senhores nobres e ordens monásticas (por exemplo, os cistercienses) – a floresta, que cobria grande parte do ocidente europeu, foi reduzida em favor dos campos arados.
-progressos técnicos, tais como: a substituição da madeira pelo ferro nas alfaias agrícolas, o melhor aproveitamento da força animal (através da coelheira rígida e a atrelagem em fila), a rotação trienal de culturas (que deixava apenas um terço da terra em pousio contra metade do afolhamento bienal) e a fertilização dos campos (com manga, cinza e estrume animal).
A prosperidade agrícola resultou num crescimento demográfico: a existência de maiores recursos alimentares fez recuar as fomes e, consequentemente, as epidemias, proporcionando a duplicação da população da Europa entre os séculos XI e XIII.

Os pólos mais dinâmicos da economia europeia
A FLANDRES – as cidades de Gand,Ypres, Bruges, Donai, eram grandes centros manufactureiros especializados na produção de lanifícios. Graças à sua localização geográfica estratégica bem como à força da sua industria, a Flandres não só exportava os seus panos mas também atraía comerciantes oriundos das mais diversas partes da Europa. Bruges era, então, o local mais cosmopolita da Europa. Deste modo, graças à associação entre a indústria e o comércio, a Flandres tornou-se um dos pólos económicos mais importantes da economia europeia.
A HANSA cerca de 90 cidades do mar do Norte e do mar Báltico associaram-se, no século XI, para garantir o monopólio do comércio nessas regiões e proteger os seus comerciantes, criando a chamada Hansa Teutónica. As principais cidades da Hansa eram Hamburgo, Dantzig, Riga, Colónia e sobretudo, Lubeque.
As CIDADES ITALIANAS os italianos, não constituindo um Estado unificado, desenvolviam o comércio apoiado nas diferentes cidades, rivais entre si apesar de partilharem a mesma língua.
Génova e Veneza, nomeadamente, competiam pelas rotas do Mediterrâneo, trazendo do Oriente, entre outros produtos, as lucrativas especiarias. O poderio comercial destas cidades, muito antigo e aumentado desde a primeira cruzada (1095), a qual fez recuar a influência muçulmana, só viria a ser destronado aquando da descoberta do caminho marítimo para a Índia, pelos Portugueses (século XV).
As FEIRAS DA CHAMPAGNE – realizadas nas cidades de Lagny, Bas-sur-Auby, Provins e Troyes, foram as mais importantes de todas as feiras medievais. A sua localização geográfica, ligando o Norte flamengo e o Sul italiano, e as regalias que, os reis e os senhores ofereciam aos viajantes (alojamento, armanezamento, isenção de impostos e segurança), atraíam mercadores (e, com estes, produtos) de toda a Europa.
ROTAS
Rotas HANSEÁTICAS
Rotas ITALIANAS
Rotas terrestres das CIDADES FLAMENGAS

DESENVOLVIMENTO FINANCEIRO
O Cobrador de Impostos (Pieter Brueghel II)

As primeiras actividades bancárias nasceram na Idade Média, graças aos cambistas ou banqueiros que desenvolveram formas mais fáceis e seguras de comerciar:
-Os CÂMBIOS –eram uma necessidade constante numa economia de mercado que manuseava moedas de valores tão dispares como o florim (Florença), o ducado (Veneza) ou o tari (moeda muçulmana).
-Os SEGUROS- qualquer viagem, marítima ou terrestre, envolvia enormes riscos. Tornou-se essencial que os mercadores segurassem as mercadorias, contra o pagamento de uma parte do seu valor.
-Os CHEQUES e as LETRAS DE CÂMBIO- permitiam substituir o transporte de dinheiro vivo, fazendo operações de pagamento em papel.
-As SOCIEDADES COMERCIAIS- permitiam reunir capital a uma escala que os particulares dificilmente poderiam ter acesso e, da mesma forma, repartir os lucros do negócio.

Sem comentários:

Enviar um comentário