quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A CRISE DO SÉCULO XIV

Triunfo da Morte,
 de Pieter Bruegel, o Velho (1526/1530-1569)
Ao longo da Idade Média, o contingente populacional foi-se adaptando às subsistências disponíveis.
Assim, em períodos de bons anos agrícolas (como aconteceu, frequentemente, entre os séculos XI e XIII), a população crescia ligeiramente, graças a uma taxa de natalidade superior à, também elevada, taxa de mortalidade.
No entanto, em épocas de más colheitas (século XIV), o preço dos cereais, que constituíam a base de alimentação, subia de imediato, arrastando as tão temidas fomes e, com estas, as doenças.
A mortalidade atingia, em primeiro lugar, as crianças até um ano de idade, por serem as mais vulneráveis e por se desconhecer quase na totalidade quais os cuidados adequados a prestar a esta faixa etária (em termos de alimentação, higiene, vestuário, cuidados médicos).
Se juntarmos ao problema da escassez de recursos e ás epidemias as guerras, obtemos a conhecida “trilogia negra” que caracterizou o século XIV (na verdade o período entre 1330 e 1450).
FOME:- enquanto no século XIII a população aumentou no Ocidente, no século XIV tornou-se impossível alimentá-la, em virtude dos maus anos climatéricos (chuva e frio) e do esgotamento dos solos.
PESTE:- a mais conhecida, a peste bubónica (peste negra), ceifou um terço da população europeia entre os anos de 1348 e de 1350. Os mercadores genoveses espalharam a doença.
A peste horrorizou os seus contemporâneos, não só pelo seu aspecto visual (os doentes apresentavam bubões – tumores – negros ou azulados nas virilhas, axilas e pescoço) mas também pela facilidade de contágio, que os médicos procuravam combater, sem sucesso, pois desconheciam que a transmissão da doença se fazia pela picada da pulga e pelo ar respirável.
GUERRA:- o século XIV foi pródigo em guerras (entre as quais se destaca a Guerra dos Cem Anos) e em revoltas sociais (por exemplo, a revolta de 1383-85, em Portugal). No entanto, não era nos campos de batalha que se produzia o maior número de mortos: a violência que acompanhava a passagem de tropas (amigas ou inimigas) por cidades e campos, bem como a desorganização económica que resultava dos conflitos produziam efeitos mais devastadores.

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