CONTEXTUALIZAÇÃO
No século XIII, a cidade fervilha de inovações: abre as suas portas às novas formas da arte, erguendo, em estilo gótico, catedrais altíssimas; acolhe os estudantes que acorrem às suas escolas e universidades; desenvolve novos laços de solidariedade, dando um novo sentido à caridade cristã.Partilhando estes tempos de mudança, a velha nobreza guerreira deixa-se imbuir dos nobres ideais da cavalaria, que as histórias romanceadas de heróis reais e lendários propagam pela Europa. A elas junta as narrativas dos feitos dos seus próprios antepassados, que se empenha em escrever, de forma a que a memória das linhagens se não perca e, com ela, a razão da sua nobreza.
Assim se adopta, nas cortes da Europa, outra forma de estar e de conviver, mais refinada, em que o amor passa a assumir um lugar destacado. Sujeito a um rígido código de honra, o amor cortês, alimenta a sociabilidade cortesã e os devaneios quiméricos de damas e cavaleiros.
Abertos novos horizontes intelectuais, abrem-se também os horizontes geográficos. O gosto pelas viagens, adormecido desde o fim do mundo romano, desperta nos Europeus. Cruzam-se os caminhos do comércio, percorrem-se os caminhos de peregrinação, encetam-se longas travessias rumo a um Oriente fabuloso e desconhecido. A vastidão do mundo começa a entrever-se. Aos Portugueses caberá, mais tarde, precisar os seus contornos.
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