domingo, 28 de agosto de 2011

BIOGRAFIA: ODOACRO: HÉRULO

Odoacro (cerca de 434 - 493), rei da tribo germânica dos hérulos, nasceu perto do Rio Danúbio, em território que hoje é parte da Alemanha. Ao depor o imperador Rómulo Augusto, em 476, pôs fim ao Império Romano do Ocidente e se tornou o primeiro dos reis bárbaros de Roma.
Ele era filho de Edeco príncipe da corte de Átila rei dos Hunos.
Quando um grupo de bárbaros visitou São Severino, um monge da Panonia, para serem abençoados, este notou um jovem alto e mal vestido, Odoacro, e previu que ele teria um futuro grandioso.
Em 469 ele pôs-se a serviço dos romanos como chefe de um exército de mercenários germânicos de estirpe hérula, quando se torna chefe dos contingentes bárbaros rebeldes.
Quando Rómulo Augústulo foi colocado como Imperador por seu pai, o patrício Orestes, Odoacro, à frente de um exército de esciros, matou Orestes em Placência e seu irmão Paulo no arboredo de Classis, próximo de Ravena. Odoacro entrou em Ravena, depôs o imperador Rômulo Augusto, mas, com pena por ele ser jovem, poupou a sua vida, e, por causa de sua beleza, deu-lhe uma pensão de seis mil peças de ouro, enviando-o para a Campânia, para viver como um homem livre com seus parentes.
Todas as províncias do Império Romano, além da Itália, já eram dominadas pelos bárbaros, e os imperadores eram fantoches e não soberanos. A Itália, pelos ataques dos bárbaros, estava praticamente um deserto, sem habitantes, e os exércitos imperiais eram formados de bárbaros.
No oitavo ano do pontificado do Papa Simplício, Roma caiu diante dos bárbaros. Os hérulos demandaram dois terços da Itália e, diante da recusa, escolheram Odoacro como seu chefe e o nomearam rei de Roma.
Denominado rex gentium das suas tropas, Odoacro decidiu não nomear um sucessor ao imperador deposto. Em vez disso, enviou as insígnias imperiais ao imperador do Império Romano do Oriente, Zenão I, o qual, ainda que convidando-o a submeter-se à autoridade do imperador legítimo, Júlio Nepos, aceitou de fato a sua soberania sobre as terras do Ocidente, decretando assim "oficialmente" o fim do Império Romano do Ocidente.
Odoacro matou o regente imperial Orestes, mas popou seu filho, o imperador Rómulo Augusto, que ganhou um salário de seis mil libras de ouro e pode viver em liberdade, perto de Nápoles.
Assim que se tornou rei, Odoacro se lembrou de São Severino, e enviou uma carta amigável ao monge; este conseguiu que Odoacro perdoasse Ambrósio, que estava exilado.
A administração de Odoacro se baseou numa política conservadora, deixando aos romanos a possibilidade de manter o exercício de cargos menores e o livre exercício do Cristianismo, mantendo assim substancialmente intacta a estrutura organizacional precedente. Desta maneira assegurou a fidelidade da aristocracia, do Senado e da Igreja. Odoacro era bem intencionado, e favoreceu a seita dos arianos.
Odoacro fez guerra contra os rúgios, e os destruiu completamente na segunda campanha.
Odoacro levantou um exercito italo-germânico com o qual ele derrotou os vândalos na Sicília. Ele foi capaz de conquistar toda a ilha por volta de 477. Em 480, ele e seu exercito anexou a antiga província da Dalmácia, após a morte (possivelmente por assassinato) do imperador ocidental Júlio Nepos. Depois disso, ele recebeu o direito de nomear um conselho e emitir sua própria moeda.
Ele fez pactos com os visigodos e com os francos e se juntou a eles na batalha contra os burgúndios, alamanos e saxões.
Odoacro reinou por treze anos.
Zenão I de Bizâncio, preocupado com os recentes sucessos do rei germânico Odoacro, estimulou Teodorico, o Grande, rei dos ostrogodos, a invadir a Península Itálica. Zenão fez de Teodorico um patrício romano, um cônsul, e deu-lhe uma grande quantia em dinheiro.[10] Teodorico aceitou que, se ele derrotasse Odorico, reinaria em seu lugar até a chegada de Zenão, e, reunindo os godos, veio do Oriente para defender a Itália, em nome de Zenão.
Teodorico derrotou Odoacro nas margens do Rio Isonzo, em Aquileia (488), Verona (489) e no Rio Adda (490). Neste mesmo ano Ravenna foi assediada. O cerco durou três anos e foi marcado por dezenas de ataques de ambos os lados. No final, nenhum dos lados pôde prevalecer de forma conclusiva, e assim em 2 de Fevereiro de 493, Teodoro e Odoacro assinaram um acordo que garantiu a supremacia de ambos. Um banquete foi organizado para celebrar o tratado. Foi nesse banquete que Teodorico matou Odoacro com as próprias mãos.

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