segunda-feira, 22 de agosto de 2011

GLOSSÁRIO

MÓDULO 0
PALEOLÍTICO:
um termo criado no século XIX para definir o período mais antigo da História do Homem, anterior ao Neolítico. A duração deste período é de cerca de 2,5 milhões de anos, desde que surgiram os primeiros seres humanos que fabricaram artefactos líticos até ao fim da última época glaciar, que terminou há cerca de 10 000 anos.

O Paleolítico pode ser dividido em três fases distintas, que se definem em função dos tipos de utensílios de pedra sucessivamente utilizados: Inferior, Médio e Superior.
MESOLÍTICO: é considerado um período intermédio, em que o homem conseguiu dar grandes passos rumo ao desenvolvimento e à sobrevivência, como foi o caso do domínio do fogo. O ser humano pôde, assim, afugentar os animais, cozinhar a carne e outros alimentos, iluminar as suas habitações, e garantir calor nos momentos de frio intenso. Outros dois grandes avanços foram o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais. Desta forma, foi possível a sedentarização, pois a habitação fixa tornou-se uma necessidade.
Neste período ocorreu também a divisão do trabalho por género.
NEOLÍTICO: período em que o homem atingiu um importante grau de desenvolvimento e estabilidade. Tornou-se sedentário, começou a criação de animais e desenvolveu a agricultura. O desenvolvimento da metalurgia foi um momento importante, pois permitiu a criação de melhores instrumentos de caça e uma produção com mais qualidade e rapidez. A produção de excedentes agrícolas e sua armazenagem, garantiam o alimento necessário para os momentos de seca ou inundações. As comunidades foram crescendo e surgiu a necessidade de trocas com outras comunidades.
CALCOLÍTICO: refere-se ao período pré-histórico em que se fez uso simultâneo do cobre e da pedra.
IDADE DO BRONZE: é um período da civilização onde ocorreu o desenvolvimento desta liga metálica, resultante da mistura de cobre e estanho. Iniciou no Oriente Médio por volta de 3300 a.C.
IDADE DO FERRO: prende-se com o período em que ocorreu a metalurgia do ferro. Este metal é superior ao bronze em relação à dureza e abundância de jazidas
A Idade do Ferro é caracterizada pela utilização do ferro como metal, utilização importada do Oriente através da emigração de tribos indo-europeias (celtas), que a partir de 1.200 a.C. começaram a chegar a Europa Ocidental. O seu período vai até a época romana e na Escandinávia até a época dos vikings.
IDADE ANTIGA ou Antiguidade: Do 4º milénio a. C. , aproximadamente da invenção da escrita a 476 d. C. com a queda do Império Romano do Ocidente.
Civilizações Pré-clássicas: Do 4º milénio a. C. ao início do século V a. C.
Civilizações Clássicas: Civilizações grega e romana (greco-romana). Do século V a. C. a 476 d. C.
IDADE MÉDIA: Período da História da Humanidade compreendido entre 476 (queda do Império Romano do Ocidente) e 1453 (queda do Império Romano do Oriente).
FONTE ESCRITA: Documento histórico onde surge um conjunto de informações em suporte escrito, reveladores da presença humana em determinado contexto espaço-temporal.
FONTE HISTÓRICA: Nome dado ao conjunto de vestígios que informam sobre a forma de vida do ser humano, permitindo ao historiador conhecer o passado.
CIÊNCIAS SOCIAIS: Conjunto de ciências como a História, a Sociologia, a Antropologia, o Direito, a Economia e outras, cujo objecto de estudo são os diferentes aspectos das sociedades humanas.
CRONOLOGIA: Ciência que trata da fixação das datas de ocorrência de factos históricos, das divisões do tempo, da ordem e da sucessão dos acontecimentos. A cronologia assenta em convenções e regras próprias.
PERIODIZAÇÃO: Na História Tradicional, refere-se à divisão do tempo histórico em períodos mais ou menos longos, transcorridos entre duas datas ou factos marcantes. Na História Nova as periodizações são feitas a partir de critérios como: as formas de vida, as tecnologias, as mentalidades, a organização política, economia, social…
NOVA HISTÓRIA ou História Nova: Concepção da História, surgida a partir da revista Annales (1929), que é a primeira tentativa de História total, através de valorização de novos objectos, como as mentalidades, os marginais, a família, a morte, o presente…
A História Nova assenta no novo conceito de documento (tudo o que diz respeito aos seres humanos), no alargamento dos âmbitos cronológico e geográfico, no recurso a novas metodologias e à interdisciplinaridade.
DIACRONIA: Eixo coordenador do tempo que se refere ao desenvolvimento ou sucessão de acontecimentos.
SINCRONIA: Eixo coordenador do tempo que se refere às simultaneidades de factos ou fenómenos históricos.
FONTES HISTÓRICAS: Vestígios do passado que testemunham a presença, as actividades, as ideias e as crenças dos seres humanos de outras épocas, possibilitando aos historiadores construir o conhecimento sobre a Humanidade nessas épocas.
PATRIMÓNIO: Conjunto de bens materiais e culturais transmitidos pelos antepassados. O Património deve ser preservado e valorizado pelo Estado e pelos cidadãos, pois constitui uma herança colectiva.
EFEITO: Resultado ou consequência de um facto ou acontecimento.
ACULTURAÇÃO: Interpenetração de culturas, que resulta do contacto directo e contínuo entre pessoas de grupos diferentes.
MISCIGENAÇÃO ÉTNICA: Cruzamento de indivíduos de raças diferentes.

MÓDULO 1

UNIDADE 1
AUTARCIA: Palavra grega que significa auto-suficiência no aspecto económico
PÓLIS:Termo pelo qual os Gregos designavam as pequenas comunidades em que viviam. O termo pólis pode ter o sentido mais restrito de Estado, comunidade de cidadãos e cidade propriamente dita.
CIDADE-ESTADO: É um sistema político constituído por uma cidade independente das outras que exerce soberania sobre um território circundante, actuando como centro político, económico e cultural.
ÁGORA:Praça pública das cidades gregas, localizada na sua parte mais baixa. Era o centro político, económico e social da cidade, partilhando ainda, com a acrópole, funções religiosas.
DEMOCRACIA: Sistema político em que o poder é exercido pelos cidadãos, considerados livres e iguais em direitos e deveres perante a lei.
DEMOCRACIA DIRECTA: Sistema político em que todos os cidadãos tomam decisões político-administrativas, pela sua presença nas instituições competentes.
DEMOCRACIA ANTIGA:Identifica-se com a democracia das cidades gregas, que tiveram Atenas como paradigma. A democracia antiga distingue-se da actual sobretudo pelo seu carácter directo e por limitar a participação política a um conjunto muito restrito de cidadãos.
Democracia (demos=povo+cracia=poder). O poder pertence ao povo ou seja, a todos os cidadãos
CIDADÃOS:Indivíduo de sexo masculino maiores de 18 anos e filho de pais atenienses. Tem direitos de participar no governo e na administração do Estado. Pode votar e ser eleito
METECOS:Meteco (estrangeiros livres e dedicavam-se ao comércio. Não podiam ter terras, Pagavam impostos e cumpriam serviço militar
ESCRAVOS:Escravo (pessoa sem qualquer direito) prisioneiro de guerra ou tinham dívidas por pagar.
ISONOMIA:A igualdade perante a lei
ISOCRACIA:A igualdade de acesso aos cargos políticos
ISEGORIA:Igual direito de todos ao uso da palavra
IMPÉRIO: Estado constituído por outros, sobre os quais exerce domínio político e económico; também se refere ao período em o magistrado supremo de um Estado é um imperador.
INDEPENDÊNCIA POLÍTICA: Autonomia própria de um Estado que governa o seu território sem qualquer interferência externa
MAGISTRADO: Cargo político e administrativo da civilização romana, relacionado com o exército, a fiscalidade, a segurança, a justiça, a higiene pública, etc.
COMÉDIA: Peça de teatro, que provoca riso no público, ao caricaturar costumes e factos da vida social.
TRAGÉDIA: Peça de teatro com um final triste.
FILÓSOFO: Aquele que se dedica à filosofia, com o objectivo de encontrar, através da razão, uma explicação para o conhecimento do ser humano e do mundo.
POLITEÍSMO: Doutrina religiosa baseada na crença em vários deuses.
PAGÃO: Nome que os cristãos davam a quem não seguia a sua religião. Tratavam-se normalmente de indivíduos que seguiam uma religião assente na crença em vários deuses ou nas forças da Natureza.
ORDEM ARQUITECTÓNICA:Conjunto de preceitos ou regras que ditam o número, a espécie e as relações recíprocas dos vários elementos arquitectónicos.
ARTE CLÁSSICA: Arte grega dos séculos V e IV a.C., que pelo seu elevado grau de beleza e perfeição serviu de modelo a civilizações posteriores.

UNIDADE 2
IMPÉRIO: Estado constituído por vários territórios, um dos quais exerce o domínio político e a exploração económica sobre os outros. Na civilização romana também se chama império ao período em que que o magistrado supremo, todo-poderoso, é o imperador.
URBE: Termo usado na Antiga Roma para designar uma cidade ou recinto urbano, geralmente rodeado de muralhas, que se diferenciava do seu território ou distrito rural. Posteriormente, designava apenas Roma, a cidade por excelência.
MAGISTRATURA: Alto cargo exercido no aparelho de Estado, resultando de eleição pelos Comícios. As magistraturas romanas eram anuais, colegiais e o seu exercício constituía uma carreira pública (cursus honorum). Aos magistrados estava atribuído o poder executivo, judicial e militar, que foram perdendo à medida que o poder do imperador se reforçou.
DIREITO (ROMANO): Conjunto de normas jurídicas que regeram o povo romano nas várias épocas da sua História. Os Romanos distinguiram entre Direito público (aquele que tinha por fim a organização dos assuntos da colectividade) e Direito privado (aquele que tinha por fim a utilidade dos particulares). Por sua vez, o Direito privado apresentava numerosas divisões, entre as quais o Direito civil, o Direito das gentes e o Direito natural.
PRAGMATISMO: Sentido prático; atitude que privilegia a utilidade e a eficiência como critérios de actuação. É uma das características mais salientes da cultura romana e uma das que mais a distingue do espírito grego. Foi o sentido prático dos Romanos que viabilizou o seu êxito militar e a manutenção do seu imenso império.
FÓRUM: Centro administrativo e religioso de uma cidade romana, constituído por uma área destinada a reuniões ao ar livre, rodeada de edifícios e colunatas.
URBANISMO: Ciência que trata do estudo e planificação do meio urbano. Os Romanos foram verdadeiros mestres de urbanismo e, nas cidades que criavam, nada era deixado ao acaso. Distribuíam áreas adequadas para as casas de habitação, as lojas de comércio, as praças públicas, os templos. Determinavam também a água que iria ser necessária, o número e o tamanho das ruas, os passeios e os esgotos, prevendo até áreas para o futuro desenvolvimento da cidade.
ROMANIZAÇÃO: Processo de transmissão da cultura romana aos diversos povos do Império. A romanização foi um processo lento que, embora de forma desigual, atingiu todo o espaço político romano. Na opinião da maioria dos historiadores, o processo de romanização culmina com o Edicto de Caracala (212 d. C.) que concede a plena cidadania romana aos homens livres do Império.
ACULTURAÇÃO: Processo de adaptação de um grupo ou povo a uma cultura diferente da sua. Os grupos minoritários ou os povos que se encontram sob dominação externa têm tendência para absorver a cultura dominante. Considera-se que este processo é tanto mais fácil e profundo quanto maior for o desnível civilizacional entre os dois grupos. Assim se entende que, no caso romano, as regiões do Ocidente tenham sido mais profundamente romanizadas que as do Oriente., onde o brilhantismo da cultura helénica bloqueou, em parte, o processo de romanização.
MUNICÍPIO: Cidade dotada de ampla autonomia administrativa, que se rege por instituições semelhantes às da cidade de Roma. Aos munícipes pode ser atribuído o Direito Latino (que equivale à cidadania incompleta) ou o Direito Romano (a plena cidadania) o que, em ambos casos, corresponde a um estatuto elevado. Por isso se considera que a proliferação deste tipo de cidades favoreceu o processo de romanização.

UNIDADE 3

IGREJA ROMANO-CRISTÃ: Designação dada à Igreja cristã nos últimos dois séculos do Império Romano, altura em que beneficiou da protecção das autoridades civis e se assumiu, legalmente, como única religião do Império.
ÉPOCA CLÁSSICA: Também designada por Antiguidade clássica, é uma das épocas em que, tradicionalmente, se divide a História. Compreendida entre o século V a. C. (apogeu grego) e o século V d. C. (queda do Império Romano do Ocidente), a Época Clássica identifica-se com as civilizações grega e romana.
CIVILIZAÇÃO: Por vezes identificada por cultura, a noção de civilização incluiu o conjunto de manifestações espirituais e materiais de uma comunidade alargada num determinado tempo histórico, razoavelmente longo. As civilizações são dotadas de características próprias que as distinguem. Sendo o termo muito abrangente, permite-nos, em História, comparar diversas comunidades da mesma época ou de épocas diferentes. É assim que falamos em “civilização egípcia”, “civilização chinesa”, “civilização grega” ou “civilizações clássicas”, por exemplo.
¢Heresia: interpretação doutrinária contrária ao que a Igreja define como matéria de fé.
¢Arianismo: Heresia criada por Ario, nos inícios do século IV, que aceitando o Cristianismo, negava a unicidade e a consubstancialidade das três pessoas da Santíssima trindade (Trinitarismo), pondo assim em causa a divindade de Cristo.
¢Trinitarismo: Conceito relativo à Santíssima Trindade, no qual se defende a subsistência do Deus único em três pessoas distintas: Deus-Pai; Deus-Filho e Espírito Santo.
¢Igreja Romano-cristã: termo que designa o Cristianismo e suas hierarquias sacerdotais, após a sua ascensão a igreja oficial do Estado imperial romano.
¢Bárbaros: Termo originário do grego, que significa estrangeiro. Os romanos utilizavam este termo para designar todos aqueles que não tinham a cultura grego-romana. Nos séculos III e IV os mais importantes foram os Germanos, assim designados por se situarem na região da Germânia. Aos Germanos somavam-se ainda outros povos como os Hunos, os Berberes e os Árabes.

MÓDULO 2
UNIDADE 1

SENHORIO

Território onde um senhor exercia:
a) Poder sobre a terra, de que era proprietário e de cuja exploração cobrava rendas e serviços;
b) Poder sobre os homens, a quem exigia impostos de natureza económica, jurisdicional e militar
REINO
Estado ou nação cujo chefe político é um rei. Foi no decurso da Idade Média que se constituíram os reinos que estão na base dos actuais Estados europeus. O processo de formação de reinos foi mais precoce na Europa Ocidental. Na Europa Central e Oriental este processo foi entravado por razões várias, tendo a autoridade real sentido dificuldade em se afirmar face ao poder dos grandes senhores.
COMUNA
O termo designou, inicialmente, a associação dos habitantes de uma cidade que tinha por objectivo libertá-la da sujeição aos grandes senhores. Passou, depois, a designar a cidade que, na Idade Média, possuía numa total ou muito ampla autonomia administrativa.
Iniciado no século XI, em Itália, o movimento comunal expande-se no decurso dos séculos XII, XIII e XIV.
PAPADO
O cargo, a dignidade do Papa.
O estabelecimento da supremacia do bispo de Roma – o Papa – sobre o restante clero e a Cristandade ocidental foi um processo demorado e complexo que conduziu, em 1054, à divisão dos cristãos em católicos e ortodoxos.
No século XI foram dados dois passos sobremaneira importantes para o reforço da dignidade do Papa no Ocidente: o estabelecimento da sua eleição por um colégio independente de cardeais (1059) e a publicação, por Gregório VII, dos Dictatus Papae (1075), que proclamavam a independência da Igreja relativamente aos laicos, a centralização dos poderes da instituição nas mãos do Papa, bem como a supremacia deste último sobre toda a Cristandade.
IGREJA ORTODOXA GREGA
Conjunto de Igrejas do Oriente que, no século XI, se separaram da Igreja de Roma, por considerarem que esta se desviava dos genuínos dogmas do cristianismo, definidos nos sete primeiros concílios. Daí a designação, que a si mesmo atribuíram, de ortodoxas (“doutrina certa”). Os Ortodoxos não reconheciam, como os católicos, a autoridade superior de qualquer bispo, embora o primado de honra pertencesse ao patriarca de Constantinopla.
Para além deste ponto, separavam as duas Igrejas alguns aspectos doutrinais e litúrgicos, nomeadamente no que toca ao dogma da Santíssima Trindade e à língua religiosa que, no Oriente, era o grego e, no Ocidente, o latim. Daí o nome de Igreja Grega dado à Igreja Ortodoxa.
ISLÃO
O mesmo que islamismo, religião monoteísta fundada por Maomé, na segunda década do século VII. O vocábulo islão significa, em árabe, “submissão total a Deus”. Inicialmente, o termo foi pouco usado no sentido que tem hoje, já que os Árabes designam a sua religião por Muslen e por Mussulman os crentes da mesma.
O termo islão tanto pode ser utilizado com um sentido estritamente religioso como para designar a comunidade islâmica, isto é, o mundo muçulmano em geral.
BURGUESIA
Grupo social oriundo dos estratos populares que se individualiza na Idade Média, cerca do século XII. O termo burgueses designa, inicialmente, os habitantes dos burgos, em geral comerciantes e artesãos cuja riqueza assenta em bens móveis e não na posse de terras, como o clero e a nobreza. Com o tempo, a burguesia incorpora outros elementos sociais (homens de leis, funcionários) e adquire um estatuto mais elevado do que o povo em geral.
ECONOMIA MONETÁRIA
Sistema económico baseado nas trocas e na circulação de moeda. Esta torna-se não só um indispensável meio de pagamento como um valor em si, susceptível de ser entesourado. A economia monetária tem subjacentes o espírito de lucro e o jogo da oferta e da procura, orientando-se para a satisfação das necessidades de um mercado consumidor. Este sistema económico afirmou-se definitivamente com o renascimento das cidades, no século XIII, substituindo a economia de autoconsumo que vigorava na Europa desde o fim do Império Romano.

UNIDADE 2

VASSALIDADE
Relação hierárquica que se estabelecia entre dois indivíduos de estirpe social elevada. Criava, entre eles, uma dependência pessoal, alicerçada numa reciprocidade de direitos e deveres (fidelidade, ajuda, conselho).
Essa dependência pessoal derivava do facto de um dos senhores (o suserano) atribuir um bem (terra, castelo, rendas, cargo) – também chamado de benefício ou feudo – a outro senhor (o vassalo).
RECONQUISTA
Termo usado para designar as campanhas militares que os reinos cristãos da Península Ibérica dirigiram contra os muçulmanos, que a invadiram em 711. A Reconquista ter-se-á iniciado em 718-22, a partir do pequeno reino das Astúrias, e terminou em 1492, com a conquista do reino mouro de Granada.
A Reconquista foi um processo lento, de avanços e recuos condicionados pelo relevo, pelas bacias hidrográficas, pela unidade/divisão dos muçulmanos. Contou, ainda, com o apoio da Igreja.
IMUNIDADE
Privilégio que consiste em interditar aos delegados do rei a entrada nas terras de um nobre, de um bispado ou de uma abadia para aí exercer o poder público.
MESTEIRAL
Trabalhador especializado num ofício mecânico do artesanato. Os mesteirais estavam organizados em agrupamentos designados de bandeira, corporação ou grémio.
CONCELHO
Termo derivado do latim concilium; designava um território de extensão variável, cujos moradores (os vizinhos) eram dotados de maior ou menor autonomia administrativa.
CARTA DE FORAL
Diploma emanado do rei ou de um senhor laico ou eclesiástico, no qual se estabeleciam as regras e os direitos que regiam a vida das populações de uma certa localidade, denominada de concelho.
Diziam respeito a :
-segurança, isenção ou redução tributária;
-exclusão da servidão e de perseguições da justiça;
-concessão ou reconhecimento de governo próprio.
MONARQUIA FEUDAL
Monarquia na qual o rei se assume como o maior e mais poderoso dos senhores feudais; em troca de doações e da concessão de protecção faz convergir para a sua figura os laços de dependência pessoal de vassalos e súbditos.
Seguindo as tendências então vigentes na França dos séculos XII e XIII, a monarquia feudal portuguesa, que também fundamentava o poder real no direito divino, caminhou para a centralização, em virtude de o rei nunca abdicar da chefia militar e da justiça suprema.
Munida de funcionários e de órgãos do governo especializados, a monarquia portuguesa foi capaz, desde 1211, de criar Leis Gerais.
CÚRIA RÉGIA
Conjunto de conselheiros que ajudavam as funções do soberano. De origem visigótica, a Cúria Régia vigorou na monarquia portuguesa até meados do século XIII, diversificando-se nas Cortes e no Conselho do Rei.
LEGISTA
Termo empregado durante a Idade Média, na Europa Ocidental, para designar os juristas instruídos no direito romano.
CORTES
Assembleia solene, convocada pelo monarca, em que tomavam parte os representantes do clero, da nobreza e do povo. Nela se discutiam problemas propostos pela realeza e se faziam reclamações, formuladas especialmente pelo povo que apontava as soluções que entendia acertadas.
INQUIRIÇÕES
Inquéritos promovidos pelo poder central, nos séculos XIII e XIV. Destinavam-se a averiguar o estado dos bens do rei e dos bens da Coroa, isto é, dos reguengos. As primeiras Inquirições (1220) tiveram lugar no território do arcebispado de Braga (Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes e Norte da Beira).

UNIDADE 3
ÉPOCA MEDIEVAL
Uma das épocas em que tradicionalmente se divide a História.
Tem a duração de cerca de 1000 anos, sendo, normalmente, tomados como limites a destituição do último imperador romano do Ocidente, em 476, e a conquista de Constantinopla pelos Turcos, em 1453.
Embora num período tão longo as mutações históricas tenham sido muitas, a Idade Média identifica-se, geralmente, com a sociedade senhorial e vassálica que se formou, no Ocidente, após o século IX e tem como principal emblema o castelo.
ARTE GÓTICA
Estilo artístico que dominou a arte europeia entre os séculos XII e XV.
Irradiou do Norte de França e, embora se tenha desenvolvido nas várias artes (pintura, escultura, vitral, ourivesaria, etc) permaneceu essencialmente ligado àarquitectura, recebendo, por vezes, o nome de ogival, em referência aos arcos cruzados das abóbadas. Em Portugal, este estilo desenvolveu-se um pouco mais tarde (a partir do século XIII), tendo, na sua fase final, adquirido uma feição própria, conhecida como “estilo manuelino”.
CONFRARIA
Associação de socorros mútuos de carácter religioso, organizada sob a invocação de um santo protector. Dedicava-se também à caridade como meio de minorar a pobreza urbana.
CORPORAÇÃO
Associação de cariz socioprofissional que reunia, nas cidade, os trabalhadores de um mesmo ofício.
Mais conhecidas, na Idade Média, por artes, guildas ou casas, as corporações possuíam estatutos próprios que regulamentavam os preços, os salários e a própria qualidade de produção. Geralmente, a cada corporação associava-se uma confraria religiosa que prestava assistência aos seus membros.
UNIVERSIDADE
Do latino universitas, corporação de professores e/ou estudantes, com vista à organização de um estabelecimento de ensino superior (studium). A universidade medieval foi sempre dependente da Igreja e dedicou-se, sobretudo, à formação de clérigos. No século XIII, o número de estudantes laicos de origem burguesa aumentou significativamente, tornando-se a universidade o centro de formação dos quadros do funcionalismo público, necessários à centralização do poder pelos monarcas. Estudar numa universidade passou a ser, desde então, uma forma de adquirir prestígio e subir na escala social.
CULTURA ERUDITA
Cultura própria dos grupos mais elevados da sociedade, intimamente ligada à leitura e ao estudo (de erudir – instruir). É uma cultura intelectualizada, não acessível à maior parte da população. Na Idade Média, são focos de cultura erudita os conventos, com as suas livrarias, as universidades e as cortes régias e senhoriais.
CULTURA POPULAR
Conjunto de práticas e formas de expressão das classes mais desfavorecidas.
Tem carácter espontâneo, local, e transmite-se por via oral, de geração em geração. Opõe-se à cultura erudita, própria das classes elevadas, mais livresca e intelectualizada e, por isso, mais uniforme.

MÓDULO 3

UNIDADE 1

ÉPOCA MODERNA: Período cronológico da História da Humanidade que se situa entre meados do século XV e finais do século XIII. Nele decorreram as descobertas marítimas e o encontro de povos, o triunfo do capitalismo comercial e a ascensão da burguesia, o absolutismo régio, o Renascimento, a Reforma, a afirmação do espírito científico.

RENASCIMENTO: Movimento cultural e artístico que ocorreu na Europa durante os séculos XV e XVI, e que teve a sua principal fonte de inspiração no mundo clássico, greco-latino, e nos movimentos de expansão geográfica e comercial dos finais da Idade Média ocidental. Caracterizou-se pela crença no valor do Homem e na racionalidade, por uma filosofia humanista e pragmática; pela adoção de novos cânones estéticos e artísticos; pela mentalidade quantitativa e pela curiosidade acerca da Natureza e das ciências.
HUMANISMO: Movimento cultural que surgiu em Itália no século XV e se espalhou por toda a Europa. Produziu-se durante o Renascimento, entre os intelectuais, por reação contra o pensamento medieval e escolástico, e por um regresso às fontes de inspiração da Antiguidade Clássica. Este movimento consistiu fundamentalmente na redescoberta, reinterpretação e edição dos escritores clássicos, gregos e latinos, e na valorização do Homem e da sua personalidade.
ESCOLÁSTICA: Sistema filosófico, em vigor a partir de S. Tomás Aquino (1224-1274), que procurava adaptar a filosofia aristotélica ao dogma cristão, de modo a harmonizar a Razão e a Fé.
RACIONALISMO: Doutrina que afirma a primazia da Razão como fonte de acesso ao conhecimento e à verdade.
INDIVIDUALISMO: Corrente doutrinal e prática que sobrevaloriza o indivíduo e o seu papel na construção das sociedades e da História.

UNIDADE 2
NAVEGAÇÃO ASTRONÓMICA: Técnica de orientação em mar alto, que utiliza como referência a medição da altura dos astros no firmamento (de dia, as declinações solares; de noite, as das estrelas mais visíveis, como a Estrela Polar no hemisfério norte e o Cruzeiro do Sul, no hemisfério sul).
CARTOGRAFIA: Ciência (e arte) de fazer mapas: representação gráfica, bidimensional e convencional de toda ou de parte da superfície da Terra, anotando contornos e relevos.
EXPERIENCIALISMO: Processo de conhecimento que valoriza as experiências vividas (conhecimento empírico) e as regras do bom senso, sobre a reflexão e a racionalização puramente teóricas.
MENTALIDADE QUANTITATIVA: Forma de pensar e de agir influenciada pela ideia da quantidade e do número. Aparece ligada ao desenvolvimento comercial e científico de finais da Idade Média europeia.
REVOLUÇÃO COPERNICIANA: Alteração das conceções cosmológicas dos Europeus a partir das teses de Copérnico, que defendiam uma conceção cosmológica heliocêntrica, e não geocêntrica como afirmava a cosmografia de Ptolomeu, tradicionalmente aceite.

UNIDADE 3
INTELECTUAL: Pessoa de cultura e de gosto pelas coisas do intelecto, isto é, da inteligência e do espírito.
CIVILIDADE: Conjunto de regras de comportamento social que o indivíduo deve respeitar na vida pública ou cívica, Regras de convivência social.
HUMANISTA: Homem de saber e cultura (geralmente eclesiástico ou professor) do século XVI que se inspira na cultura da Antiguidade Clássica, que reinterpreta à luz da Razão e do espírito crítico do seu tempo.
ANTROPOCENTRISMO: Conceção filosófica e pragmática que coloca o Homem no centro do universo, considerando-o o ser mais perfeito da Criação, capaz de criar e transformar as coisas.
UTOPIA: Etimologicamente, deriva do grego e significa “em lugar nenhum”.
Na obra com este título- Utopia-, Thomas More descreve uma sociedade que vive numa ilha imaginária e que pusera em prática um Estado ideal, de inspiração humanista.
CLASSICISMO: Movimento cultural, literário e artístico, que se inspira diretamente nos modelos e valores da Antiguidade Clássica, grega e romana.
Desenvolveu-se na Europa nos séculos XV e XVI.
MODULADO: Diz-se da arquitetura que aplica um módulo, ou seja, uma medida padrão, para criar proporções harmoniosas entre todas as partes de uma construção.
PERSPETIVA: Processo ou técnica para conseguir a representação de espaços e corpos tridimensionais numa superfície plana.
NATURALISMO: Teoria filosófica e estética que defendeu a imitação da Natureza.
PLATERESCO: Estilo decorativo que se desenvolveu em Espanha no mesmo período do manuelino em Portugal e que se caracteriza pelo elaborado e pormenorizado trabalho da pedra, à maneira dos ourives da prata.
MANUELINO: Estilo arquitetónico de decoração que se desenvolveu em Portugal entre finais do século XV e meados do século XVI, caracterizado por uma gramática decorativa de inspiração marinha e vegetalista, misturada com motivos de heráldica régia e símbolos da exaltação do poder português.

UNIDADE 4
HERESIA: Doutrina que contradiz ou interpreta diferentemente as verdades doutrinárias da Igreja Católica.
REFORMA: Movimento religioso do século XVI, iniciado por Lutero, que se traduziu na contestação à autoridade do Papa de Roma e na reformulação de certos dogmas e princípios doutrinais e de culto do Cristianismo, dando origem a novas igrejas.
SACRAMENTO: Sinal sensível instituído por Deus para dar ao Homem a sua graça ou aumentá-la.
RITO: Conjunto de cerimónias prescritas para a celebração de um culto.
DOGMA: Ponto fundamental de uma doutrina; verdade religiosa instituída por decisão de um concílio e tornada irrefutável.
PREDESTINAÇÃO: Doutrina que acredita que a “salvação das almas” depende do desígnio (=vontade) de Deus, estabelecido ainda antes do seu nascimento.
CONCÍLIO: Assembleia de prelados com vista à deliberação sobre assuntos da Igreja, dogmáticos, doutrinários ou disciplinares.
CATECISMO: Livro de instrução religiosa no qual, através de perguntas e respostas, se ensinam os princípios da Fé cristã.
SEMINÁRIO: Estabelecimento escolar onde se formam os padres da Igreja Católica.
PROSELITISMO: Ação de propaganda ideológica destinada a cativar novos adeptos para uma religião ou doutrina.
MISSIONAÇÃO: Ato de converter pessoas a uma religião ou doutrina; pregar, catequizar.
ÍNDEX: Catálogo dos livros e de outras publicações, cuja leitura era proibida pela Igreja Católica.
INQUISIÇÃO: Tribunal fundado pelo Papado, no século XIII, com o objetivo de investigar e julgar os que não aceitavam as doutrinas da Igreja (hereges).
No século XVI, a Inquisição foi restaurada para julgar e condenar os adeptos do Protestantismo. Em Portugal, as vítimas da Inquisição foram, sobretudo, os cristãos-novos.

UNIDADE 5
RACISMO: Designação que tem vindo a ser considerada um “sentimento de superioridade de uma raça em relação a outra(s)”. Na atualidade, defende-se que na espécie Homo Sapiens Sapiens - espécie humana – praticamente não há diferenciação genética. Do ponto de vista da Biologia, raça é um conceito pouco usado e é sinónimo de subespécie.
DIREITOS HUMANOS: Privilégios que pertencem a todo o ser humano pelo simples facto de ter nascido e que não devem ser violados de forma alguma. Incluem-se, nestes direitos, o direito à vida e à liberdade, à liberdade de crenças e de opinião, etc.

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